sábado, 15 de julho de 2017

15 de julho - São Pompílio Maria Pirrotti



Pompílio Maria nasceu no dia 19 de setembro de 1710, sentiu aos dezesseis anos o chamamento de Deus para a vida religiosa e, como resultado das pregações da quaresma feitas pelo padre reitor as Escolas Pias de Nápoles, fugiu de sua casa para o colégio de residência do fervoroso pregador e lhe pediu a para entrar para os  Escolápios.
Seu pai, que seguiu atrás dele, e era notável advogado, tentou convencê-lo a voltar, mas todos os argumentos foram em vão ante a firme decisão de seu filho. O período de noviciado e de neo-profissão, com seus estudos, não fizeram senão continuar o teor de vida inocente e penitente que já em casa havia levado.
Terminada a carreira escolápia, exerce o apostolado do ensino e educação durante catorze anos. 

No seu apostolado entre os alunos alguns fatos surpreendem:
Um desses fatos ocorreu em Lanciano:

- Ao começar sua aula lhe advertem os meninos a ausência de Giovanni Capretti. O padre Pompílio se concentra e poucos segundos depois exclama: “Pobre Capretti! Não pôde vir porque está moribundo... Porém, não será nada. Vão dois de vocês agora a perguntar por ele”. E correm os rapazes a sua casa a angustiante pergunta. Seus pais estranham, havendo-lhe ouvido levantar-se e crendo que estava na escola com toda normalidade. Sobem temerosos até seu quarto e o encontram no solo, de bruços, sem sentidos, próximo a expirar. Sobressaltados o levantam, o sacodem e lhe chamam repetidas vezes. Ao fim o pobre acidentado começa a voltar a si, balbuciando entre soluços: “Padre Pompílio! Padre Pompílio”! Não sabia senão que, ao levantar-se, havia sido acometido de dores e calafrios que lhe fizeram desfalecer sem deixar-lhe gritar.
Depois, só sabia que lhe havia chamado seu mestre e que já se sentia viver. 

Ordenado sacerdote, o Capítulo Provincial o designa para a pregação da Divina Palavra, sem eximir-lhe, naturalmente, de suas tarefas escolares.
Rapidamente merece o título de “apóstolo dos Abruzos”, por causa de intervenções maravilhosas que impressionam a populações inteiras:

- No mesmo Lanciano, último dos colégios desta etapa, aproximando-se já a hora de meia noite, Pompílio sai uma vez de sua habitação, abre a porta da igreja, percorre as ruas vizinhas e põe-se a clamar despertando aos despreocupados dormentes, para que se levantem todos e acorram ao templo, pois, ele imediatamente lhes vai pregar. Faz até toca os sinos chamando ao sermão.
Diante tamanha novidade, todo Lanciano se abarrota e se agita em torno ao púlpito do apóstolo. E o santo vidente lhes anuncia estremecido que um horrendo terremoto será sentido em toda a comarca, porém, que eles não temam, pois, a Virgem do Poente, intercede de maneira singular pela afortunada população.
Com efeito, ainda está falando, quando um estrondo subterrâneo, que avança desde longe, faz tremer o solo e vacilar os edifícios, oprimindo de espanto e crispando de nervosismo a totalidade do auditório. O alarme do santo não havia sido em vão. 

A segunda etapa da vida escolápia de são Pompílio é em Nápoles por outros doze anos, de 1747 – 1759.
Os superiores da Congregação desligaram a Pompílio da tarefa do ensino para dedicar-se plenamente a ser capelão permanente, pregador cotidiano e confessor contínuo de pequenos e grandes nas capelas dos respectivos colégios.
Ele se entrega a uma vida apostólica fervorosíssima, que Deus sela com incontáveis e surpreendentes prodígios:

- Uma mãe corre um dia à igreja de Caravaggio com a terrível notícia de que seu filho havia caído em um poço. Pompílio se compadece, parte com ela até o local, aproxima-se da beirada do poço e faz o sinal da cruz. O nível da água começa a subir, como se o poço as regurgitasse, até que aflora o menino, ileso e sorridente, ao alcance da mão de sua mãe “enlouquecida”.

- Uma fiel da paróquia sofre por maus tratos por parte de seu marido, homem vicioso e de áspera condição. Recomenda-se às orações de seu confessor. No mesmo dia o esposo a convida a um passeio pelo campo, no próximo domingo. Ela corre a contar ao confessor.  Este, sem dar-lhe crédito, a aconselha que lhe chame se chegar a ver-se em perigo. Chega o dia do “passeio dominical”. Já em pleno campo o marido saca um punhal e tenta assassiná-la. Porém, ao invocar ela ao padre Pompílio, aparece sua figura de semblante irado e austero, arrebata a arma ao assassino e o assusta de tal forma que cai de joelhos compungido e com a promessa de confessar-se. Vai, efetivamente, confessar-se na manhã seguinte com o próprio Padre Pompílio. Porém, o mais notável é que, na hora precisa do frustrado atentado, o santo estava em público, no púlpito de sua igreja. Interrompeu por alguns instantes o sermão, como se tivesse se distraído com outra coisa, depois segue normalmente pregando como se nada tivesse acontecido.
A bilocação não é um fenômeno desconhecido na vida dos santos. 

- Mais terno e humano foi o incidente do sermão de 17 de novembro de 1756. O interrompeu no momento mais inspirado de um trecho vibrante; permaneceu mudo uns minutos, que ao público expectante pareceram eternos e, à continuação, explicou: “suplico um réquiem aeternam pela alma bendita de minha mãe, que neste instante acaba de falecer”.

E assim inumeráveis feitos assombrosos. 

Mas a santidade não se prova nos prodígios, senão na tribulação e no sofrimento. Por conflitos políticos, tanto do palácio real como da chancelaria arquiepiscopal saíram ordens no começo do ano 1759 suspendendo-o do ministério e desterrando de Nápoles. Os cavalos da carruagem que lhe levou primeiro ao colégio de Posilino não quiseram arrancar até que o padre reitor deu, por obediência, a ordem ao próprio desterrado.  
De quatro anos foi esta que podemos chamar de “terceira etapa” da vida apostólica de são Pompílio, nem menos fervorosa, nem menos fecunda que a de Nápoles ou dos Abruzos, e avaliada ademais com a resignação e humildade com que as quais abraçou toda a obediência. Porém, o Senhor dispôs sua reabilitação com a volta triunfal a Nápoles, onde brilharam seus últimos reflexos e deixou com seus ossos o exemplo de sua santíssima morte.

Porém não há que omitir o duplo caráter de externa austeridade e de doçura interior que tem as duas faces da espiritualidade pompiliana. Em pleno século XVIII, são Pompílio pregou principalmente sobre os Novíssimos do homem (morte, julgamento, Céu ou inferno) com os acentos de um são Vicente Férrer, e plasmou a devoção às almas do Purgatório.
Também foi um grande propagador e apóstolo da devoção ao santo Escapulário do Carmo, como meio seguro da assistência da Mãe do Céu no tocante à salvação das almas.
Seu belo Amante foi o Coração de Jesus, cuja devoção propagou com tantos favores e prodígios como santa Margarida Maria Alacoque.
Foi canonizado no dia 19 de março de 1934 por Sua Santidade Pio XI. 


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