domingo, 23 de julho de 2017

23 de julho. - Santa Brígida da Suécia


Uma criança que olhando para Jesus crucificado lhe pergunta: Jesus, quem te fez isso?

Brígida nasceu em 1302 na Suécia. Seu pai era Governador e Juiz Provincial e sua mãe era descendente da família real sueca. Seus pais eram cristãos fervorosos e a piedade de sua mãe era conhecida por todos. Seu pai se confessava todas sextas-feiras na Igreja para alcançar o perdão de seus pecados, e dizia humildemente assim:
"Às sextas-feiras, eu quero me preparar muito bem para Deus, a fim de que nos outros dias eu possa estar pronto para suportar e receber dignamente tudo que o Senhor permitir para mim".

Brígida até a idade dos 3 anos não dizia qualquer palavra, todos imaginavam que ela fosse muda. Todavia, sem qualquer intervenção, completada a idade de 3 anos, ela começou a falar normalmente e com pleno desembaraço.

Com a idade de sete anos, teve uma visão de Nossa Senhora que lhe sorriu e colocou a sua preciosa coroa na cabeça dela, e depois desapareceu.

Aos dez anos de idade, depois de ouvir um sermão na Igreja local, quando o Padre falou sobre a Paixão e Morte de Nosso Senhor, ficou muito impressionada com as crueldades e os terríveis sofrimentos de Jesus. Dias após teve uma Visão de Cristo pregado a Cruz, coberto de chagas, e o Senhor lhe disse estas palavras:
“Olha em que estado Me encontro, minha filha” . 
Ela perguntou: “Jesus quem Te fez isto”? 
Osso Senhor respondeu: “Aqueles que Me ofendem e não querem o Meu Amor”.

Essa Visão deixou uma profunda e indelével marca em seu coração, e desde então, decidiu colocar a Paixão de Cristo como o centro de sua vida espiritual.
Ficou órfã de mãe quando tinha apenas 10 anos de idade. Seu pai, se considerando incapaz de prover uma educação compatível para uma menina de sua condição social, a enviou à casa da cunhada Catarina.

Casamento e a Família
Como era costume naquela época, antes de completar os quatorze anos de idade, seu pai e os parentes arranjaram o casamento dela com Ulf Ulväsa Gudmarsson, Príncipe de Närke (Nércia), contra a sua vontade pessoal, porque ainda não tinha incluído o matrimônio em seus planos.
Mas realizada a cerimônia, viveu feliz com seu esposo durante vinte e oito anos, e com quem teve oito filhos, sendo quatro homens e quatro mulheres. Dois meninos morreram muito jovens, Carlos (Karl) era o mais velho, e era mundano, gostava de muitas festas e não frequentava a Igreja, contudo respeitava Nossa Senhora; Bingério (Birger), o quarto homem, apesar de estar casado, mais tarde tornou-se companheiro de sua mãe e inclusive a transportou de Roma para a Suécia, quando ela faleceu. Três das meninas eram casadas, Merita e Cecília permaneceram na sociedade sueca, enquanto Catarina perdendo o marido, passou a viver com sua mãe. Esta moça com o passar dos anos, revelou virtudes excepcionais e notável caráter, assumiu na continuidade a obra de sua mãe. Ela foi canonizada e é venerada com o nome de Santa Catarina da Suécia. A quarta menina, Ingeborg, tornou-se freira na Ordem de Cister.

A Santa teve dificuldades com sua família, sua filha mais velha se casou com um homem sem escrúpulos, a quem ela mesma considerava um verdadeiro  “Bandoleiro”, porque além de espertalhão e golpista, era extremamente volúvel, egoísta e orgulhoso.

Peregrinações e Falecimento do Esposo
A devoção de Brígida era tão profunda e consciente que influenciou muito o seu marido. E assim, estimulados pelo interesse em conhecer acontecimentos importantes ligados a religião, como maneira de agradar a Deus, fizeram diversas viagens.
De volta a Suécia, Brígida e o marido se estabeleceram numa pequena casa e Ulf com a saúde recuperada, pode continuar o trabalho na Província de Närke até o início do ano 1344, quando novamente acometido de terrível moléstia ficou muito doente e Brígida o levou para o Mosteiro a fim de ter a ajuda dos monges, mas ele não resistiu e veio a falecer.
E assim, eles não tiveram tempo de colocar em prática o propósito que os dois, marido e esposa, tinham feito de dedicarem as suas vidas a Deus. Ela permaneceu morando ali, naquela casa perto do Mosteiro, onde passou longas horas em orações, suplicando ao Senhor pela cura de seu esposo. Naquela mesma casa, ainda permaneceu durante quatro anos, essencialmente dedicada à penitência e à oração.

Visões e Revelações Divinas

A Santa teve visões e revelações notáveis, que eram ensinamentos do Senhor e também instruções que se referiam aos assuntos mais polêmicos de sua época, que sem dúvida, muitos estudiosos reconhecem que foram em consequência dessas visões, que a Monarquia Sueca obteve alguns importantes acordos de paz e estabeleceu relações políticas com diversos países, dentre outros acontecimentos.
Após a morte de seu esposo, repartiu os seus bens entre os herdeiros e os pobres, passando a viver de maneira simples nas imediações do convento de Alvastra. Nessa época, suas visões se tornaram mais numerosas e frequentes, constituindo-se na grande parte dos fatos que Brígida escreveu em suas Revelações, até a sua partida para Roma. E foi justamente durante as Visões que ela recebeu a missão de levar mensagens aos políticos e líderes religiosos, tendo nesta oportunidade, dialogado com santos e pessoas falecidas, que lhe esclareceram a natureza e o conteúdo de muitas dificuldades.
Jesus lhe disse certa vez:
“Brígida, Te falo não somente a ti, mas também a todos os cristãos. Tu serás Minha esposa... E por meio de ti falarei ao mundo. Meu Espírito permanecerá em ti até a sua morte”.
Desde então abandonou as suas vestimentas luxuosas, usando apenas uma túnica de linho e véu na cabeça, com uma corda na cintura.  
Brígida exerceu uma notável atividade de escritora, visionária e mística, descrevendo minuciosamente as suas revelações e as visões Divinas, com uma escrita objetiva e clara, que se tornaram muito populares na Idade Média.
Através de suas perseverantes e fervorosas orações, foi em vida, intercessora junto a Deus, conseguindo uma quantidade impressionante de milagres e orientações do Senhor, em benefício de muitas pessoas, até do Papa e do Rei da Suécia.
Ela praticou e exercitou com frequência severas disciplinas, como forma de penitência para consolo e desagravo do Senhor, em face dos pecados da humanidade. Até para dormir, ela que possuía uma cama confortável com um colchão bem macio, deixava-os de lado, estendia uma colcha no chão e deitava com a cabeça num modesto travesseiro, sem qualquer coberta, mesmo naquele frio intenso do inverno sueco. Quando os filhos ou parentes comentavam o fato, ela dizia que o calor de seu coração apaixonado por Deus, aquecia todos os seus membros e ela não sentia frio em seu corpo.
Antes dela morrer, Jesus mandou que entregasse os escritos a D. Alfonso Pecha de Vadaterra, que tinha sido bispo Giennense, e deste modo, foram impressos os livros com as celestiais revelações.
Brígida faleceu no dia 23 de Julho, numa residência ao lado da atual praça Farnese. Quando ela percebeu que estava preste a sair de seu corpo e viu os seus filhos aflitos, disse:

"Por que a tristeza? O meu tempo de vida foi suficientemente longo. Devemos regozijar porque agora sou chamada para um Senhor mais poderoso”.

E, tendo chamado os seus filhos, abençoou a todos e adormeceu no Senhor. De acordo com sua vontade, seus restos mortais foram transladados para a Suécia, especificamente para o Convento de Vadstena, após ter sido sepultada na Igreja romana de São Lourenço em Panisperna. 

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