Quando era um bebê, um grande enxame de
abelhas brancas a envolveu. Muitas delas entravam em sua boca e aí depositavam
mel, sem a ferroar, como se não tivessem ferrões. Nenhum gemido da criança para
chamar seus pais; ao contrário, dava gritinhos de alegria. Enquanto isso, um lavrador que estava próximo feriu-se
com uma foice, dando um talho na mão direita, ao passar perto da criança viu as
abelhas que zumbiam ao redor de sua cabeça. Parou e agitou as mãos para
livrá-la do enxame. No mesmo instante, sua mão parou de sangrar e o ferimento
se fechou.
Na manhã de sua morte, um enxame de
abelhas negras apareceu rodopiando no pátio do convento, como se as brancas da
infância, tomando a cor do luto. Eram de uma espécie rara, chamadas de
pedreiras. Alojaram-se em alguns pequenos buracos do muro e lá estão até hoje.
As abelhas que visitaram Rita em seu
nascimento e que a haviam saudado em sua morte, reaparecem quando chegou a hora
de sua beatificação. Não mais brancas, nem negras, mas de ouro em campo azul;
não mais em vôo, mas imóveis, no brasão do Papa Urbano VIII, que a beatificou.
A VIDEIRA
Para
colocar à prova a obediência da noviça Rita, a superiora do convento
ordenou-lhe que regasse de manhã e à tarde um galho seco, provavelmente um ramo
de videira ressequido e já destinado ao fogo. Rita não ofereceu dificuldade
alguma, e de manhã e de tarde, com admirável simplicidade, cumpria essa tarefa,
enquanto as irmãs a observavam com irônico sorriso. Isso durou cerca de um ano,
segundo certas biografias da santa.
Um
belo dia, as irmãs se assombraram: a vida reapareceu naquele galho ressequido,
surgiram brotos, apareceram folhas e uma bela videira se desenvolveu
maravilhosamente, dando a seu tempo deliciosas uvas. E essa videira, velha de
cinco séculos, ainda hoje está viçosa no convento.
A CHAGA
Em 1450 foi celebrado o jubileu em toda a Cristandade e como
algumas irmãs estavam se preparando para ir a Roma, Rita manifestou um ardente
desejo de as acompanhar, mas seu estado de saúde estava se agravando devido a
ferida que o espinho havia deixado em sua testa.
Sendo assim as irmãs acharam que Rita não deveria ir, então ela
pedindo a Deus para a ferida desaparecer foi mais uma vez atendida e conseguiu
acompanhar as irmãs agostinianas a Roma, com grande proveito para sua alma. Mas
logo que voltou da viagem a ferida reapareceu e também uma enfermidade
incurável que lhe causava um grande sofrimento.
OS FIGOS E A ROSA
Gravemente enferma, vivendo num pobre catre, no fundo de uma
humilde cela, Rita recebeu a visita de sua prima. Pediu a esta que fosse até
Roca Porena e lá em sua antiga casa, colhesse para ela dois figos e um
botão de rosa. Era pleno inverno, tudo sepultado sobre a mais densa neve,
e no entanto a prima encontrou o figo e rosa no jardim de Rita.
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