"Vós sois a luz do
mundo" (Mt 5, 14). Jesus falou estas palavras e o Evangelho de hoje fala de
um modo particular a nossa nova beata Maria Teresa Gerhardinger. A Igreja
exalta a luz que emana de sua vida santa e sua obra; proclamando-a Beata a
coloca em uma posição, que, a partir de agora, permite que a sua luz brilhe
para todos os homens. As honras da Igreja, em Madre Teresa, um educadora
qualificada, neste extraordinário trabalho educativo cristão, que ainda
continua em muitas regiões e continentes, através da congregação que fundou:
"Escola das Pobres de Nossa Senhora".
Na idade de doze anos, quando
ainda se chamava Carolina Gerhardinger, ela prontamente aceitou o chamado para
se tornar uma professora; e mais tarde fundou a sua congregação para a
educação, respondendo assim a um grande desafio de seu tempo; desafio que ela
interpretou como um chamado especial de Deus a seu respeito.
A falta de educação
e vida de fé, produzida por convulsões políticas e sociais, a decadência moral
das famílias, especialmente a negligência com a juventude, exigindo novos
caminhos para uma formação eficaz e uma renovação cristã, especialmente entre a
população rural e as camadas social, humilde e pobre. Com a orientação
espiritual do Bispo Wittman, estava convencida do fato de que as mulheres e
mães determinam a vida moral das cidades e nações, a Beata Maria Teresa de
Jesus é consagrado, junto com suas irmãs, especialmente na educação cristã dos
jovens, para obter a recuperação moral das famílias e para a melhoria da
sociedade através da formação de boas donas de casa, mães e mulheres
trabalhadoras.
Carolina Gerhardinger compreendeu
o seu papel educativo como um convite para estar no espírito de Cristo, ser
"sal da terra" para os outros (cf. Mt 5, 13). Seu compromisso social
é, afinal, um ministério cristão, que encontra a sua plena expressão na pessoa
e na sociedade secularizada do nosso tempo, conserva ainda hoje válido e atual
como era então.
Pedimos a beata Maria Teresa de
Jesus Gerhardinger que é, a partir de agora, para todos os educadores cristãos,
e não apenas para as irmãs de sua congregação, um exemplo brilhante e uma
intercessora.
Papa João Paulo II – Homilia de
Beatificação – 17 de novembro de 1985
Carolina Gerhardinger nasceu em Stadtamhof (Alemanha), em 20 de junho de 1797. Sua vida, e parte de sua obra, se desenvolveram em meio às vicissitudes sociais, políticas e religiosas originadas pela Revolução Francesa iniciada em 1789.
Fez os estudos com as Cônegas
Agostinianas de Nossa Senhora, que foi
suspensa em 1809 pelo governo de Napoleão, o pároco, Miguel Wittmann, futuro
Bispo de Ratisbona (Regensburg), com o fim de dar continuidade à formação das
meninas, escolheu três das melhores alunas para fazerem o curso de magistério.
Entre elas estava Carolina. Obtido o diploma de professora primária, ensinou na
terra natal de 1816 a 1833.
Em 1828, ao restabelecer-se as
liberdades religiosas e com a possibilidade das religiosas voltarem ao ensino,
Dom Miguel Wittmann pensou em fundar uma nova Congregação com as três
professoras, mas somente Carolina perseverou para superar as grandes dificuldades
que se levantaram, sobretudo depois da morte do Bispo Wittmann, em 1834. Ela
não desanimou e fez a profissão religiosa em 1835. Por sua admiração pela vida
e obra de Santa Teresa d' Ávila adotou este nome: Madre Maria Teresa de Jesus.
As Pobres Irmãs Escolares de Nossa
Senhora, fundadas por ela, que se estenderam a diversos continentes, foram além
disso o ponto de partida para alguns Institutos autônomos em vários países da
Europa. Recebeu a aprovação pontifícia de sua Regra e Constituições em 1854.
Com a ajuda de Luis I da Baviera
transferiu a Casa mãe para Munich. Ela administrou e desenvolveu a Congregação
com grande entusiasmo, apesar das inúmeras dificuldades, durante quarenta anos.
Sua grande preocupação era que seus alunos se tornassem pessoas felizes e
preparadas para a vida. Um de seus grandes desafios era oferecer uma boa
educação às crianças e jovens, principalmente às mais pobres e abandonadas.
Acreditava que uma boa educação humana e cristã era fundamental para a mudança
da sociedade.
Em 1847, Madre Maria Teresa de
Jesus, aceitando o pedido de missionários americanos, partiu junto com mais
cinco religiosas para os Estados Unidos. Ali, com a ajuda do Beato João
Neumann, fundou um orfanato em Baltimore, abriu escolas em Pittsburg e Filadélfia,
destinadas a atender os filhos dos emigrantes alemães.
A Beata María Teresa manifestou
vocação inata como guia de religiosas e educandas. Seu carisma e profunda fé
permitiu a rápida expansão de sua Congregação por toda Europa e América do
Norte. Fundou escolas - diurnas e noturnas para trabalhadoras - primárias e
para pré-escolares, orfanatos e as chamadas "Casas de Dia", onde as
mães trabalhadoras deixavam seus filhos enquanto trabalhavam; fundou também
escolas femininas de capacitação para o trabalho em fábricas ou oficinas.
Com fama de santidade, querida,
respeitada e admirada por alunas e religiosas, entregou sua alma a Deus em
Munich, Alemanha, na Casa mãe de sua Congregação, no dia 9 de maio de 1879. Em
17 de novembro de 1985, João Paulo II proclamou-a Beata, instituindo sua festa
litúrgica para o dia de sua morte.
Atualmente a Congregação conta com cerca de cinco mil
religiosas que trabalham em trinta e três países.
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