Aparentemente não há muito que se falar sobre São
José, mas isso não é verdade. Há muito que se falar desse homem que foi o Pai
adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Patriarca da Sagrada Família, o
Protetor da Igreja e que recebeu tantos outros títulos. Muitos papas já
afirmaram que, depois da Virgem Maria, São José é o maior de todos os santos.
O Papa Pio XI, na encíclica em que trata do
comunismo, Divini Redemptoris, de 19 de março de 1937, propõe São
José como modelo para os trabalhadores, para os operários.
Até então não havia a festa litúrgica de São José
Operário e foi somente Pio XII que, em 1955, instituiu essa festa.
A Igreja aponta-nos São José como o modelo de trabalhador em
todas as espécies; e de modo especial também Jesus, pois o Mestre passou Sua
juventude na carpintaria do seu pai adotivo e legal. Isso para nos mostrar a
grandeza, dignidade e importância do trabalho. O Filho de Deus humanado
trabalhou com mãos humanas. São Paulo disse aos tessalonicenses que “quem não
quer trabalhar que não coma”.
José e Jesus foram executores
de um trabalho braçal, simples e rude, para nos ensinar que todo trabalho é
digno, bom e santificador. São José Maria Escrivá de Balaguer, criou o “Opus
Dei” com a meta: “santificar o trabalho e ser santificado por ele”. Como disse
Confúcio, “o trabalho é a sentinela da virtude”, e os santos disseram que “o
ócio é a oficina do diabo”.
A preguiça gera muita dor. A
lei do trabalho é uma lei de Deus, e quem a desobedece sofre e faz outros
sofrerem: “Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de
que foste tirado …” (Gn 3,19).
O nosso Catecismo ensina que:
“O trabalho não é uma
penalidade, mas sim a colaboração do homem e da mulher com Deus no aperfeiçoamento
da criação visível” (CIC § 378).
O exemplo de São José é para todos nós um forte convite a
desempenhar com fidelidade, simplicidade e humildade a tarefa que a Providência
nos destinou.
Penso antes de tudo, nos pais e nas mães de família, e rezo para
que saibam sempre apreciar a beleza de uma vida simples e laboriosa, cultivando
com solicitude o relacionamento conjugal e cumprindo com entusiasmo a grande e
difícil missão educativa.
Aos sacerdotes, que exercem a paternidade em relação
às comunidades eclesiais, São José obtenha que amem a Igreja com afeto e
dedicação total, e ampare as pessoas consagradas na sua jubilosa e fiel
observância dos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência.
Proteja os trabalhadores de todo o mundo, para que contribuam com as suas
várias profissões para o progresso de toda a humanidade, e ajude cada cristão a
realizar com confiança e com amor a vontade de Deus, cooperando assim para o
cumprimento da obra da salvação.
Papa Bento XVI – março de 2006
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