A Igreja
celebra a Festa da Cátedra de São Pedro. Trata-se de uma tradição muito antiga,
testemunhada em Roma desde os finais do século IV, que dá graças a Deus pela
missão confiada ao Apóstolo Pedro e a seus sucessores.
É certo que
existe uma inscrição, datada da 370 - portanto, há mais de 1.600 anos -
atribuída ao Papa São Dâmaso, falando de uma cadeira portátil, dentro do
Vaticano, e que é considerada a "cátedra" do Apóstolo Pedro.
Hoje,
dessa cadeira restam apenas algumas relíquias de madeira, conservadas e
honradas, num lugar onde o grande artista Bernini levantou um monumento
grandioso, em honra do primeiro Papa, a Basílica de São Pedro, executada em
forma de grande trono de bronze, sustentada pelas estátuas de quatro doutores
da Igreja, dois do Ocidente, Santo Agostinho e Santo Ambrósio, e dois do
oriente, São João Crisóstomo e Santo Atanásio.
Mas por que
é celebrada a “cátedra” de Pedro?
A ela a
tradição da Igreja atribui um forte significado espiritual e reconhece um sinal
privilegiado do amor de Deus, Pastor bom e eterno, que quer reunir toda sua
Igreja e guiá-la pelo caminho da salvação.
A “cátedra” literalmente quer dizer a sede fixa do bispo,
localizada na Igreja mãe de uma diocese que, por este motivo, é chamada
“catedral”. Ela simboliza a autoridade do bispo e, em particular, de seu
“magistério”, ou seja, do ensinamento evangélico que ele, enquanto sucessor dos
apóstolos, está chamado a transmitir à comunidade cristã.
Qual foi,
então, a “cátedra” de São Pedro? Ele, escolhido por Cristo como “rocha” sobre a
qual a Igreja seria edificada (cf. Mateus 6, 18), começou seu ministério em
Jerusalém, depois da ascensão do Senhor e de Pentecostes.
A primeira
“sede” da Igreja foi o Cenáculo, em Jerusalém. É provável que naquela sala,
onde também Maria, a Mãe de Jesus, rezou junto aos discípulos, se reservasse um
posto especial a Simão Pedro.
Em seguida,
a sede de Pedro foi Antioquia, cidade situada no rio Oronte, na Síria, hoje
Turquia. Naqueles tempos era a terceira cidade do Império Romano depois de Roma
e de Alexandria do Egito. Daquela cidade, evangelizada por Barnabé e Paulo,
onde “pela primeira vez os discípulos receberam o nome de “cristãos” (Atos 11,
26), Pedro foi o primeiro bispo da Igreja.
Depois, a
Providência levou Pedro a Roma. Portanto, encontramo-nos com o caminho que vai
de Jerusalém (Igreja nascente) a Antioquia (primeiro centro da Igreja, que
agrupava pagãos) e também unida à Igreja proveniente dos judeus. Depois, Pedro
dirigiu-se a Roma, centro do Império, onde concluiu com o martírio sua carreira
ao serviço do Evangelho.
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