As características
da santidade do beato Simão são o amor à contemplação, a simplicidade em viver
o Evangelho e a obediência religiosa.
Como frade agostiniano
promoveu a comunidade tendo como fundamento o amor cristão. Ele ficou
conhecido também pelo poder de sua pregação e o desejo de formar Cristo em
todas as pessoas.
Apesar de sua fama,
sua humildade não o permitiu aceitar qualquer posição de autoridade e poder,
seja na Igreja ou na Ordem Agostiniana.
Pertencente
à família Fidati (ele também é conhecido como Simão de Fidati), o beato Simão
nasceu em Cássia, Itália, em fins do século XIII, ao redor do ano 1295. Depois
de um breve interesse pela literatura profana, seu interesse e energia migraram
para assuntos puramente religiosos e espirituais. Ele vestiu o hábito
agostiniano quando era ainda muito jovem.
Durante
toda sua vida se consagrou à pregação, especialmente em terra toscana. Censor
franco e impetuoso de pecados habituais, sua severidade também se estendia a
quantos buscavam sua companhia ou sua amizade, a quem às vezes tratava com
aspereza. Apesar disto, sua palavra, cheia de ardor e paixão, fascinava sempre
seus ouvintes.
Simão
foi também muito apreciado como escritor, ocupação que lhe tomava grande parte
das noites, segundo o testemunho de frei João de Salerno que viveu a seu lado
aproximadamente dezessete anos. Na mais popular de suas obras, intitulada
"A Ordem da vida Cristã", nas origens do italiano vulgar, faz uma
vigorosa chamada ao seguimento e imitação de Cristo, um ideal proposto
amplamente em sua obra-prima "O Serviço de Nosso Salvador".
A
propósito desta última obra, conta-se como em uma ocasião, enquanto projetava a
conveniência e modo de redigi-la, ter-lhe-ia aparecido o Senhor sob a aparência
de um jovem que o convidava a beber do cálice que levava em suas mãos. Simão
provou-o e "a doçura desta bebida
lhe ficou gravado durante o resto de sua existência, fazendo que lhe parecesse
insípido qualquer outro alimento; e em seguida começou a escrever a referida
vida do Salvador".
Especial
menção merece também seu "Epistolário" (uma coleção de
aproximadamente 50 de suas cartas, epístolas), já que é precisamente em suas
cartas onde se documenta a atividade de Simão como diretor espiritual em
contato com pessoas de todo tipo e categoria social.
Como
pregador e como escritor influiu notavelmente na vida pública de seu tempo,
apesar de seu viver esquivo, como o contínuo desejo de solidão, dedicado
preferencialmente à oração e ao estudo. Nesta linha explica-se sua total recusa
a qualquer cargo de governo.
Simão
de Cássia tinha uma devoção especial pela humanidade de Jesus que, para ele,
era a chave da vida Cristã. Tal devoção estava enraizada no contexto da
tradição Agostiniana da "Teologia do Coração", ponto central do amor
de Deus.
O
sucesso nunca tomou conta de sua vida e Simão manteve-se fiel à sua vocação.
Ele vivia a caridade cristã, a obediência à Ordem e o senso de comunidade e
amor fraterno como os mais importantes valores da vida religiosa e comunitária.
Vítima
da "grande peste", que assolou a Europa, morreu em 1348. Seus restos
não tardaram em ser trasladados ao templo de Santo Agostinho de Cássia, e dali,
em 1810, à igreja da beata Rita, onde hoje repousam na cripta da basílica da
Santa.
O
culto com o qual o povo manteve viva sua memória recebeu a aprovação em 1833.
Oração
Deus, que destes à Igreja, no beato Simão, um ministro fiel para
expor a palavra evangélica e para reformar os costumes; concedei que, seguindo
sua doutrina e exemplo, mereçamos ser imitadores do vosso Filho Jesus Cristo
que convosco vive e reina para sempre. Amém.
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