"Irmão, servo de Deus,
praticou a fé." Estas palavras do Apóstolo Paulo encontram seu cumprimento
nos novos Beatos Anselmo Polanco, Bispo
de Teruel, e Felipe Ripoll, seu Vigário Geral.
Anselmo Polanco, um religioso agostiniano,
escolheu como lema episcopal: "É de
bom grado gastar e ser gasto para as vossas almas”.
Como uma premonição no dia da
sua entrada na diocese disse: "Eu
vim para dar minha vida por minhas ovelhas". Portanto, juntamente com
Felipe Ripoll, ele queria ficar ao lado de seu rebanho no meio dos perigos e
somente pela força foi separado dela. Os novos Beatos, confrontados com a
escolha de abandonar as exigências da fé ou morrer por ela, fortalecidos pela
graça de Deus, colocaram o próprio destino em suas mãos. Os mártires renunciaram
à sua defesa, não porque eles davam pouco valor à vida, mas por seu amor total
por Jesus Cristo.
Os habitantes de Teruel, os de
Palencia e os Agostinianos regozijam-se hoje com toda a Igreja por esta
beatificação.
Papa João Paulo II - Homilia de beatificação - 01 outubro de 1995
O beato Anselmo promoveu o amor
e a concórdia entre os irmãos. O mesmo ele fez com a disciplina e o espírito
religioso. Acima de tudo isso estava o amor.
Anselmo Polanco foi ordenado
sacerdote em 1904. Em momentos de tribulação se prodigalizou em ajudar e levar
consolo, conquistando uma geral estima e admiração.
Em toda a sua vida Anselmo se
distinguiu por seu amor à concórdia sem se descuidar da disciplina.
Anselmo nasceu em Buenavista de
Valdavia (Palência, Espanha), no seio de uma família de simples agricultores.
Quanto tinha 15 anos entrou no convento de Valladolid onde emitiu seus
primeiros votos em 1897. Passou depois a La Vid (Burgos, Espanha), e aí completou
seus estudos.
Foi ordenado sacerdote em 1904,
sendo professor e formador nas mesmas casas em que se havia formado. Em 1922
foi nomeado prior de Valladolid e em 1932 foi nomeado Prior Provincial. No
cumprimento de seu dever realizou a visita de renovação às Filipinas, China,
Estados Unidos, Colômbia e Peru.
Em 1935, sendo ainda
provincial, foi nomeado bispo de Teruel.
“Venho para dar a vida por
minhas ovelhas”, disse ao fazer a entrada na
diocese. Dali a pouco estourava a guerra civil e Teruel se converteu em um dos
pontos em que a luta foi mais cruel. A cidade foi assediada, porém ele,
inspirado pela lógica da fé e um profundo espírito pastoral, decidiu permanecer
em sua sede.
“Meu posto está em Teruel – escrevia – ao lado de minhas ovelhas.
Enquanto houver uma alma na cidade o bispo tem rebanho.”
Nos momentos de tribulação se
prodigalizou em ajudar e levar consolo, conquistando uma geral estima e
admiração.
Em 8 de janeiro de 1938, tomada
a cidade pelo exército republicano, o padre Polanco – como era chamado e
conhecido por todos – saiu de dentro dos escombros aos quais durante o assédio
havia sido reduzido o seminário e, à frente de um grupo de sacerdotes, se
entregou aos ocupantes. Vestia o hábito agostiniano com os sinais episcopais do
peitoral e do anel.
Feito prisioneiro, teve que
suportar fortes pressões para que reiterasse a afirmação da “Carta Coletiva” do
episcopado espanhol, na qual se denunciava diante da opinião pública mundial a
perseguição que sofria a Igreja. Sua postura foi inamovível. Sabia bem que a
firmeza neste ponto comportava um manifesto perigo de morte. Porém, assumiu o
perigo por fidelidade à comunhão eclesial com seus irmãos no episcopado.
Junto com seu vigário geral
Felipe Ripoll, sofreu com paz o encarceramento que teve de suportar durante
três meses, realizando, como todos, as tarefas mais humildes. Animando aos
demais companheiros de prisão e organizando com eles uma vida espiritual
intensa, viveu no cárcere com práticas de piedade e meditação.
No dia 7 de fevereiro de 1939,
poucos dias antes de acabar a guerra, depois de haver sido levado de um lugar a
outro como escudo de milícias em retirada, a alguns quilômetros da fronteira
francesa, em companhia do fiel Ripoll, foi fuzilado e depois queimado.
Seus restos mortais descansam
na catedral de Teruel.
Ambos foram beatificados por
João Paulo II em 1 de outubro de 1995.
Oração
Deus todo-poderoso e eterno, que concedestes a vosso mártir Anselmo Polanco morrer por Cristo, ajudai-nos em nossa debilidade para que, assim como ele não duvidou em morrer por Vós, assim também nós nos mantenhamos fortes na confissão de vosso Nome.
Deus todo-poderoso e eterno, que concedestes a vosso mártir Anselmo Polanco morrer por Cristo, ajudai-nos em nossa debilidade para que, assim como ele não duvidou em morrer por Vós, assim também nós nos mantenhamos fortes na confissão de vosso Nome.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo.
Amém.
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