Os Santos são homens e mulheres que se entranham
profundamente no mistério da oração. Homens e mulheres que lutam mediante a oração, deixando
rezar e lutar neles o Espírito Santo; lutam até
ao fim, com todas as suas forças; e vencem, mas não sozinhos: o Senhor vence
neles e com eles. Também estas sete testemunhas, que hoje foram canonizadas,
travaram o bom combate da fé e do amor através da oração. Por isso permaneceram firmes na fé, com o coração generoso e fiel. Que Deus
nos conceda também a nós, pelo exemplo e intercessão delas, ser homens e
mulheres de oração; gritar a Deus dia e noite, sem nos cansarmos; deixar que o
Espírito Santo reze em nós, e orar apoiando-nos mutuamente para permanecermos
com os braços erguidos, até que vença a Misericórdia Divina.
Papa Francisco – Homilia de Canonização – 16 de outubro de
2016
E isso se confirma quando mesmo preso e torturado continua a proclamar:
“Viva Cristo Rei e a Virgem de Guadalupe!"
Quem é esse adolescente tão especial?
José
Luiz Sanchez Del Río nasceu a 28 de março de 1913, na cidade Sahuayo, província
de Michoacan, México. Vivia uma vida comum, como qualquer outro menino do
interior do México, até que esta normalidade foi quebrada pela ascensão de
Plutarco Elias Calles à chefia do poder daquela nação.
Este
presidente empreendeu em todo o país uma das maiores perseguições que a Igreja
Católica sofreu no século XX. Com o pretexto de “livrar a nação do
fanatismo religioso", Plutarco Calles iniciou uma investida militar
contra padres, religiosos e fiéis leigos que demonstrassem qualquer sinal da fé
católica. Confiscou todas as Igrejas, prendeu e matou padres, bispos, frades,
freiras dentre muitos outros. Após tanta perseguição, um grupo de fiéis
católicos viu-se obrigado a pegar em armas para garantir sua sobrevivência.
Este conflito ficou conhecido como Cristiada ou Guerra Cristeira, em homenagem
aos soldados cristãos que eram conhecidos como Cristeros.
Um
dia, viu os soldados comunistas entrarem a cavalo na sua igreja e enforcarem
o velho sacerdote. Foi então, visitar o túmulo do beato mártir Anacleto González Flores, que havia
morrido durante a perseguição de maneira brutal e impiedosa, rezou a Deus,
pedindo para que ele também pudesse morrer pela manutenção de sua Fé.
Então, aos 13 anos de idade, foi procurar o general Prudencio Mendoza, que
tinha sua base na vila de Cotija, para que pudesse ingressar no exército
cristero. Ao chegar, dirigiu-se ao general que o indagou:
-
O que viste fazer aqui meu rapaz? Ele respondeu:
-
Vim aqui para morrer por Cristo Rei.
A
sinceridade daquelas palavras e o vívido olhar destemido daquele nobre rapaz
ressoaram profundamente no coração do general cristero, que autorizou sua
entrada na milícia. Ao longo de um ano, José Luiz Sanchez Del Río combateu em
muitos confrontos ferozes contra o exército regular do governo comunista e
maçom.
Por ser o menor, José ia a frente dos
revolucionários com um estandarte com a imagem da Virgem de Guadalupe. Muitos
cristãos morreram em combate. José escreveu à sua mãe: “Nunca foi tão fácil
ganhar o Céu.”
Numa dessas lutas, o general dos cristeros perdeu o cavalo e ia ser
capturado. José lhe disse: “Meu general, aqui está meu cavalo, salve-se o
senhor, mesmo que me matem! Eu não faço falta, o senhor sim”.
Foi dessa
forma corajosa que José foi capturado, pelos sádicos soldados do governo de Plutarco. Na intenção de fazer
com que o menino renunciasse sua fé, descamaram a planta de seus pés até as
nervura e o amarraram em um cavalo, obrigando-o a andar por cerca de quatorze
quilômetros a pé e descalço. Não precisamos aqui dizer o nível de dor que
esta pobre criança sentiu, mesmo assim, nos momentos em que as dores lhes eram
insuportáveis, o menino cheio da Graça Divina Bradava em voz alta e vigorosa “Viva
Cristo Rei e a Virgem de Guadalupe!"
Sem
sucesso na tentativa de que José Luiz abjurasse de sua fé por meio da dor mais
causticante e alucinante possível, os soldados tentaram com intimidá-lo de
outra maneira. Ao chegar na vila em que nascera, para ser executado no dia
seguinte, os soldados fizeram com que a mãe do menino escrevesse-lhe uma carta
pedindo para que ele abjurasse da fé católica, para poder ser solto. José Luiz
Sanchez Del Río respondeu assim ao bilhete de sua mãe:
“Minha querida mãe: Fui feito prisioneiro em
combate neste dia. Creio que nos momentos atuais vou morrer, mas não importa,
nada importa, mãe. Resigna-te à vontade de Deus; eu morro muito feliz porque no
fim de tudo isto, morro ao lado de Nosso Senhor. Não te aflijas pela minha
morte, que é o que me mortifica. Antes, diz aos meus outros irmãos que sigam o
exemplo do mais pequeno, e tu faz a vontade do nosso Deus. Tem coragem e
manda-me a tua bênção juntamente com a de meu pai. Saúda a todos pela última
vez e tu recebe por último o coração do teu filho que tanto te quer e tanto
desejava ver-te antes de morrer"
No
dia seguinte, 10 de fevereiro de 1928, uma sexta-feira, o menino que estava
prestes a completar 15 anos ofereceu sua
vida terrena para não perder a vida eterna ao lado de Jesus Cristo, a quem ele
depositou sua fé com bravura e fidelidade.
Quando o Papa Pio XI soube de José e
o que os cristãos estavam sofrendo no México, escreveu: “Queridos
irmãos, entre aqueles adolescentes e jovens existem alguns – e eu não consigo
segurar as lágrimas ao recordá-los – que, levando nas mãos o rosário e
aclamando Cristo Rei, sofrem espontaneamente a morte.”
José
Sanchez del Rio foi beatificado em 2005 e o Papa Emérito, Bento XVI, esteve
rezando junto as suas relíquias.
No dia 16 de outubro de 2016 foi canonizado pelo Papa Francisco.
No dia 16 de outubro de 2016 foi canonizado pelo Papa Francisco.
O Milagre para sua Canonização:
O
milagre aconteceu em 2008 e a agraciada foi Ximena, um bebê vítima de
meningite, tuberculose, convulsões e um infarto cerebral – para quem,
"humanamente, já não havia esperança de vida".
Ximena nasceu nos Estados Unidos,
no dia 8 de setembro de 2008. Com um mês de vida, seus pais levaram-na à cidade
de Sahuayo, na costa oeste do México, terra natal do beato José Sánchez del
Río. Com apenas alguns dias, ela começou a ter febres e foi internada em um
hospital da cidade.
Logo a bebê recebeu alta, mas,
como a febre não baixava, decidiram levá-la à cidade de Aguascalientes. A situação
não melhorava e, considerando o risco em que se encontrava Ximena, os seus pais
decidiram chamar um sacerdote e dar à menina o sacramento do Batismo.
Os médicos continuaram tentando
solucionar a questão, até descobrirem um problema no sistema respiratório de
Ximena: ela tinha água em um dos pulmões e precisava ser operada. Depois da
cirurgia, o médico analisou um pedaço do pulmão da menina e confirmou o
diagnóstico de tuberculose. Ximena voltou à unidade de terapia intensiva, mas
começou a ter convulsões incontroláveis.
Sua mãe relata: "No dia
seguinte, quando passei pela terapia intensiva, disseram-me que ela havia
convulsionado. Ao vê-la, comecei a rezar. Então, ela começou a ter convulsões
de novo. Pedi às enfermeiras que viessem rapidamente. Aplicaram-lhe uma
injeção, mas não parava. Fizeram um encefalograma e uma tomografia, mas tudo
foi em vão. Pedi a elas que me deixassem vê-la, mas, antes de entrar, fecharam
a porta e a doutora me disse que meu bebê estava em estado vegetativo, e que
eles já tinham iniciado os trâmites correspondentes. Eu, chorando, pedi, por favor, que salvassem a minha filha. Eles
induziram o coma e deram-nos 72 horas para ver se ela sobreviveria, já que 90%
do seu cérebro estava morto."
Enquanto isso, a família se
apegava à oração. "Fomos à Missa todos os dias para pedir a Deus e
a Joselito que intercedessem por meu bebê". Foi quando o milagre
aconteceu:
"Antes de desligarem os
aparelhos, pedi-lhes que me deixassem estar com ela e abraçá-la. Quando
desligaram, pus o meu bebê nas mãos de Deus e na intercessão de Joselito e,
nisso, ela abriu os seus olhos e sorriu para mim, olhou para os médicos e começou
a rir com eles. Levaram-na para fazer uma tomografia e um encefalograma e,
nesse dia, 80% do seu cérebro estava recuperado. Estive com ela o dia todo. No
dia seguinte, eles fizeram novos estudos e seu cérebro aparece totalmente
recuperado."
A equipe que cuidou do caso ficou
impressionada não só pela cura inexplicável que aconteceu, mas também porque
Ximenita, hoje com 7 anos, "está perfeitamente bem" e não tem
absolutamente nenhuma sequela. "Eles ficaram surpreendidos porque
acreditavam que, se sobrevivesse, ela provavelmente não caminharia, não
falaria, não veria ou não escutaria, devido ao infarto cerebral". "Humanamente
não havia esperança de vida. Foi Deus quem fez tudo, pela intercessão
de Joselito."
Amém
ResponderExcluirViva Cristo Rei! Viva a Virgem de Guadalupe!
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