segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

06 de fevereiro - Beato Francisco Spinelli

Amar a Cristo na Eucaristia e no serviço aos pobres, ícone de Cristo aqui é, em suma, a vida e do ministério sacerdotal do Beato Francisco Spinelli, cujo testemunho aparece hoje especialmente oportuno e eloquente. Em uma época marcada como a nossa, por consideráveis ​​mudanças sociais, ele continua a repetir que só a partir do Coração trespassado do Redentor vem para os seres humanos de todas as idades uma fonte inesgotável de amor altruísta, que purifica e renova. 
Don Spinelli compreendeu completamente a verdade da mensagem da Cruz e, portanto, está agora a ser apontado como um exemplo a imitar e um intercessor para ser chamado. A Igreja o oferece como um modelo autêntico de apóstolo, especialmente, a vós, sacerdotes, que a Providência chamou para ser administradores dos mistérios da salvação. Recebem no cotidiano do seu ministério a luz e a coragem da Eucaristia, de modo a se tornarem discípulos fiéis do Mestre divino. Apresento-o como uma testemunha válida do evangelho, a vós, religiosos e religiosas, e a todos vós, queridos irmãos e irmãs da Diocese de Cremona. Se em todas as partes da sua comunidade eclesial fluir o sangue vital da Eucaristia, podem ser mensageiros eficazes da proclamação eterna e sempre nova do Evangelho, trazendo salvação ao mundo e paz.

Sejam como Don Francisco Spinelli, as pessoas permeadas por amor indomável e divino, que se expressa em um serviço atencioso para com os pobres e os que vivem à margem da sociedade. A Igreja precisa de homens e mulheres que fazem como ele, de sua vida, um dom sem reservas ao Senhor; que não se deixam ser atraídos pelo charme de mudar as referências no mundo; que sabem como imolar-se, unindo seu sacrifício ao de Jesus, para que "o mundo tenha vida e a tenha em abundância" (Jo 10, 10). 
Esta é a missão da Igreja; esta é a vocação de cada um de nós, chamados a ser obedientes ao Evangelho da caridade. "Recordando o seu Senhor, esperando até que Ele venha”, - escreveram os Bispos italianos nas orientações pastorais para os anos 90 - a Igreja entra nesta lógica do dom total de si. Em volta de uma mesma mesa eucarística, e compartilhando o mesmo pão, que cresce e é construída como uma instituição de caridade e é chamada a mostrar-se ao mundo como sinal e instrumento de unidade em Cristo para toda a humanidade. A tarefa é claro, é difícil, mas não impossível, porque o amor do Senhor pode vencer cada fraqueza humana. Na Eucaristia, Cristo se faz nosso alimento espiritual e antecipa-se nas sombras do tempo o brilho do Reino da glória final.
Papa João Paulo II – Homilia de Canonização – 21 de junho de 1992

Francisco nasceu em Milão, aos 14 de abril de 1853, cujos pais, trabalhadores humildes, eram muito cristãos. Ele cresceu forte, vivaz e ficava muito alegre ao brincar de teatro de fantoches com as outras crianças. Nas horas livres acompanhava a mãe nas visitas os pobres e doentes, sentindo-se feliz por amar e ajudar o próximo, conforme o ensinamento de Jesus. Assim foi que surgiu sua vocação.
Apesar de seu pai desejar que estudasse medicina pode seguir o chamado de Cristo e se tornou um "médico" de almas. Apoiado pela família, Francisco foi estudar na cidade de Bergamo, onde concluiu os estudos e recebeu a ordenação sacerdotal, em 1875. Neste ano do Jubileu, ele seguiu em peregrinação para Roma e, durante as cerimônias na igreja de Santa Maria Maior, teve a inspiração para criar uma família de religiosas que adorassem Jesus Sacramentado. Padre Francisco compreendeu o projeto de sua vida esperando o momento certo para colocá-lo em execução.

Retornando desta viagem, foi designado para lecionar na creche da paróquia de Bergamo, onde seu tio, padre Pedro, era o pároco. Desta maneira, desenvolveu seu apostolado entre os pobres, lecionando também no Seminário e orientando algumas comunidades religiosas femininas. Em 1882, encontrou uma jovem, Catarina Comensoli, que desejava se tornar religiosa numa congregação que tivesse por objetivo a Adoração Eucarística.

Padre Francisco pode assim realizar seu sonho. Em dezembro de 1882, as primeiras noviças ingressam numa casa, que depois se tornou o primeiro convento, em Bergamo. Desta maneira fundou, inicialmente, o Instituto das Irmãs da Adoração. Sete anos depois eram nove as casas, onde as religiosas acolhiam pobres, doentes e deficientes mentais.

Tudo corria bem até quando, por vários equívocos, ele foi constrangido a deixar a diocese de Bergamo, em 1889, e se transferiu para a de Cremona, na aldeia de Rivolta d'Ada, onde suas filhas tinham aberto uma casa, tendo de deixar a direção do Instituto, também. Por isto, a fundação se dividiu: irmã Comensoli criou a congregação das Irmãs Sacramentinas, e padre Francisco, a das Irmãs Adoradoras do Santíssimo Sacramento.

Obtendo a aprovação da Santa Sé, as Adoradoras adquirem vida própria, com o propósito de adorar dia e noite Jesus na Eucaristia e de servir os irmãos pobres e doentes mentais, nos quais se "reflete o vulto de Cristo". Jesus foi a fonte e o modelo da vida sacerdotal do padre Francisco, do qual extraia força e vigor para servir os semelhantes.

Em Rivolta, ele supriu a comunidade, que tinha necessidade de tudo, como: escolas, creches, assistência aos enfermos e aos velhos abandonados. Seus preferidos eram os deficientes mentais, que ele alegrava pessoalmente, encenando espetáculos de fantoche.

Envolto numa imensa fama de santidade, morreu no dia 6 de fevereiro de 1913, sendo sepultado na Casa Mãe das Adoradoras, em Cremona, Itália. O papa João Paulo II,declarou Francisco Spinelli, Beato, em 1992, indicando sua festa para o mesmo dia da sua morte.


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