Não há no mundo
mar, deserto ou floresta por onde não tenham se embrenhado alegre e
incansavelmente os filhos de Santo Inácio de Loyola, à procura de almas
para salvar. Um deles é São João de Brébeuf, sacerdote e mártir.
São João de Brébeuf
nasceu em 1593, na França. Entrou para a Companhia de Jesus, tornando-se
Jesuíta no dia em que completava 29 anos.
Em 1625, junto com
um grupo de missionários, partiu para o Canadá, com a missão era evangelizar os
índios algonquinos. Impressionado pelo ardor e dedicação do jovem missionário,
escreveu seu superior: "O Pe. Brébeuf é o homem escolhido por Deus
para estas terras".
A região dos
grandes lagos, nos confins entre os Estados Unidos e o Canadá, era habitada no
século XVII por tribos, que não conheciam o Evangelho. Nossos irmãos
enfrentaram as dificuldades próprias da adaptação nas terras diferentes,
climas, línguas e principalmente tribos indígenas guerreiras, que faziam da
missão um perigo, mas assim mesmo, os santos missionários preferiram arriscar a
vida por Jesus para chegar à região dos índios algonquinos, a cerca de quatro
mil quilômetros de Québec, Canadá. O percurso é estafante. Após subir o grande
Rio São Lourenço até Montreal, é preciso passar para o Rio Outaouais, a fim de
evitar o território dos iroqueses, indígenas aliados aos holandeses, inimigos
da Fé católica. Em cada correnteza, muito numerosas nesse rio, é preciso
desembarcar e carregar tudo nas costas, inclusive as canoas.
Narra o santo
missionário: "Cinquenta vezes ao dia, corremos risco de afundar ou de
espatifar a canoa nos rochedos. Cada dia precisamos transpor cinco ou seis
quedas d'água, sem ter, no final, outro reconforto do que um pouco de trigo
esmagado entre duas pedras e cozido em água. Por leito, a terra, quando não
rochas ásperas e irregulares".
João Brebéuf era
admirado e respeitado pelos indígenas. Somente após 6 anos de trabalho duro é
que conseguiram batizar o primeiro índio. Pela resistência crescente e
obstinada, em clima de perseguição, o ritmo das conversões era desesperadamente
lento. Em 1641, a missão não tinha mais de 60 cristãos. Vivia em extrema
pobreza, dividindo comida e casa com os índios. Apesar disso, dava testemunho
de alegria, de esperança e de paciência cristã, a ponto de os índios dizerem a
seu respeito: "Jesus voltou"! Aprenderam rapidamente a
língua indígena a ponto de escrever para eles uma gramática e livros de
catequese.
No dia 16 de março
de 1649, uma tribo adversária, os iroqueses, invadiu a missão. João foi
amarrado num pau e tremendamente torturado, tendo inclusive suas unhas
arrancadas. No meio de todos esses tormentos, a grande preocupação do Pe.
Brébeuf era sustentar na Fé os índios por ele convertidos: "Meus
filhos, lembrai-vos de que Deus é testemunha de nossos sofrimentos e será em
breve nossa grande recompensa. Suportai com coragem os poucos sofrimentos que
nos faltam. Eles acabarão com nossa vida, e nos darão a glória sem fim!"
Quanto tempo pode
um homem resistir a tais torturas?
São João de Bébreuf
espantou seus próprios carrascos, sofrendo "como um rochedo"
durante três horas.
Impressionados com
a coragem do missionário, os índios arrancaram-lhe o coração a fim de comê-lo e
herdar sua força.
Com João de Brébeuf foram martirizados seus sete companheiros: Isac Jogues, Antonio Daniel, Carlos Garnier, Gabriel Lalemant, João de la Lande, Natal Chabanel e Renato Goupil.
Oração:
Deus todo-poderoso,
que destes aos mártires Santos João de Brébeuf e companheiros a graça de sofrer
pelo Cristo, ajudai também a nossa fraqueza, para que possamos viver firmes em
nossa fé, como eles não hesitaram em morrer por vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
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