quarta-feira, 16 de março de 2016

São João de Brébeuf


Não há no mundo mar, deserto ou floresta por onde não tenham se embrenhado alegre e incansavelmente os filhos de Santo Inácio de Loyola, à procura de almas para salvar. Um deles é São João de Brébeuf, sacerdote e mártir. 

São João de Brébeuf  nasceu em 1593, na França. Entrou para a Companhia de Jesus, tornando-se Jesuíta no dia em que completava 29 anos.
Em 1625, junto com um grupo de missionários, partiu para o Canadá, com a missão era evangelizar os índios algonquinos. Impressionado pelo ardor e dedicação do jovem missionário, escreveu seu superior: "O Pe. Brébeuf é o homem escolhido por Deus para estas terras".

A região dos grandes lagos, nos confins entre os Estados Unidos e o Canadá, era habitada no século XVII por tribos, que não conheciam o Evangelho. Nossos irmãos enfrentaram as dificuldades próprias da adaptação nas terras diferentes, climas, línguas e principalmente tribos indígenas guerreiras, que faziam da missão um perigo, mas assim mesmo, os santos missionários preferiram arriscar a vida por Jesus para chegar à região dos índios algonquinos, a cerca de quatro mil quilômetros de Québec, Canadá. O percurso é estafante. Após subir o grande Rio São Lourenço até Montreal, é preciso passar para o Rio Outaouais, a fim de evitar o território dos iroqueses, indígenas aliados aos holandeses, inimigos da Fé católica. Em cada correnteza, muito numerosas nesse rio, é preciso desembarcar e carregar tudo nas costas, inclusive as canoas.

Narra o santo missionário: "Cinquenta vezes ao dia, corremos risco de afundar ou de espatifar a canoa nos rochedos. Cada dia precisamos transpor cinco ou seis quedas d'água, sem ter, no final, outro reconforto do que um pouco de trigo esmagado entre duas pedras e cozido em água. Por leito, a terra, quando não rochas ásperas e irregulares".
João Brebéuf era admirado e respeitado pelos indígenas. Somente após 6 anos de trabalho duro é que conseguiram batizar o primeiro índio. Pela resistência crescente e obstinada, em clima de perseguição, o ritmo das conversões era desesperadamente lento. Em 1641, a missão não tinha mais de 60 cristãos. Vivia em extrema pobreza, dividindo comida e casa com os índios. Apesar disso, dava testemunho de alegria, de esperança e de paciência cristã, a ponto de os índios dizerem a seu respeito: "Jesus voltou"! Aprenderam rapidamente a língua indígena a ponto de escrever para eles uma gramática e livros de catequese.

No dia 16 de março de 1649, uma tribo adversária, os iroqueses, invadiu a missão. João foi amarrado num pau e tremendamente torturado, tendo inclusive suas unhas arrancadas. No meio de todos esses tormentos, a grande preocupação do Pe. Brébeuf era sustentar na Fé os índios por ele convertidos: "Meus filhos, lembrai-vos de que Deus é testemunha de nossos sofrimentos e será em breve nossa grande recompensa. Suportai com coragem os poucos sofrimentos que nos faltam. Eles acabarão com nossa vida, e nos darão a glória sem fim!"
Quanto tempo pode um homem resistir a tais torturas?
São João de Bébreuf espantou seus próprios carrascos, sofrendo "como um rochedo" durante três horas.
Impressionados com a coragem do missionário, os índios arrancaram-lhe o coração a fim de comê-lo e herdar sua força.

Com João de Brébeuf  foram martirizados seus sete companheiros: Isac Jogues, Antonio Daniel, Carlos Garnier, Gabriel Lalemant, João de la Lande, Natal Chabanel e Renato Goupil.  

Oração:

Deus todo-poderoso, que destes aos mártires Santos João de Brébeuf e companheiros a graça de sofrer pelo Cristo, ajudai também a nossa fraqueza, para que possamos viver firmes em nossa fé, como eles não hesitaram em morrer por vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

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