sábado, 12 de março de 2016

Beata Angela Salawa

Ao longo dos séculos, muitas Beatas e Santas da Igreja Católica exerceram a profissão de empregada doméstica, algumas permaneceram em sua profissão até o fim da vida, santificando-se nas provações inerentes ao cargo, aceitando com alegria a posição que ocupavam dentro das casas em que trabalhavam, atraindo a admiração de seus patrões, e, em muitos casos, levando-os à conversão, fazendo também um apostolado intenso junto aos mais necessitados.
Tais foram: Santa Zita, empregada doméstica de Lucca (Itália), nomeada patrona das domésticas por Pio XII e a Beata Ângela (Aniela) Salawa, vamos conhecer:

A décima primeira dos doze filhos de Bartolomeu Salawa e de Eva Bochenek nasceu na Polônia, em 1881. Recebeu no Batismo o nome de Ângela (Aniela). O pai era artesão e a mãe inteiramente dedicada aos numerosos filhos, aos quais ensinava a piedade, a modéstia e o trabalho. Foi sob a direção da mãe que Ângela se preparou para a Primeira Comunhão aos 12 anos, segundo o costume da época.

Aos 15 anos trabalhava para uma família de Siepraw, cuidando das crianças, ordenhando as vacas e realizando outros pequenos trabalhos. Em 1897 voltou para casa, e resistia aos insistentes conselhos do pai para que ela constituísse sua própria família. Há muito Ângela se sentia inclinada ao celibato.

Transferiu-se para Cracóvia onde trabalharia como empregada doméstica. Nos primeiros dias ficou hospedada na casa da irmã mais velha, Teresa – também ela empregada doméstica – que sabia que Ângela não se sentia chamada ao matrimônio.
Fiel às inspirações do Espírito Santo e aos conselhos dos diretores espirituais, a jovem progredia rapidamente na santidade. Cumpria com perfeição todos os seus deveres de estado e empregava o tempo livre em leituras espirituais para unir-se cada vez mais a Nossa Senhora e a compreender os mistérios de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Em Cracóvia trabalhou inicialmente para a família Kloc, deixando-a pouco tempo depois por causa do assédio do patrão. Trabalhou depois para algumas famílias da região e retornou para Cracóvia para assistir a morte da sua irmã Teresa, o que lhe causou muito sofrimento, pois tinha grande afeto por ela. Encontrou forças para enfrentar a perda prolongando o tempo de orações na igreja.

Sob a direção do padre jesuíta Estanislau Mieloch se consagrou a Deus com o voto de castidade perpétua, voto que já fizera na adolescência. Em 1900, inscreveu-se na Associação de Santa Zita de Cracóvia, entidade que promovia a assistência às domésticas. Dedicava-se a um apostolado obscuro, mas fecundo, junto às domésticas de Cracóvia. Ela as reunia, aconselhava, dirigia. Apesar da saúde precária, estava sempre alegre e sociável, se vestia bem, não para o mundo, mas para Deus.

Em 1911, sofreu dolorosa moléstia, seguida da perda da mãe e da jovem senhora a quem servia com afeto e dedicação. Além destas provações, vê-se abandonada pelas companheiras. Naquele período de grandes sofrimentos, confiando somente em Deus, unindo-se a Ele mais ainda na oração e na meditação, foi agraciada com fenômenos místicos.
No dia 15 de maio de 1912, tornou-se membro da Ordem Terceira Secular de São Francisco, recebendo o hábito na igreja conventual dos Franciscanos, e no dia 6 de agosto de 1913 fez sua profissão.
Durante a 1ª Guerra Mundial, não sem incômodos voluntariamente assumidos, prestava dedicado e zeloso auxílio aos feridos, doentes e prisioneiros de guerra no Hospital de Cracóvia, onde respeitosamente era chamada “a santa senhorita”.
Em 1916, por haver censurado a amante de seu patrão, o advogado Fischer, foi despedida daquela casa aonde trabalhava desde 1905. Seguiram-se alguns anos sem trabalho e com a doença progredindo, mas com o consolo dos fenômenos místicos.
Em 1918, com as forças debilitadas, deixou também os trabalhos voluntários e recolheu-se a uma cela paupérrima, onde durante quatro anos viveu em íntima contemplação dos mistérios divinos, sustentada por Maria Santíssima e pela Comunhão Eucarística. Esta era levada diariamente pelo seu confessor. As companheiras inconsoláveis se alternavam ao seu lado para assisti-la.

Ela oferecia todos os seus sofrimentos pela conversão dos pecadores, pela salvação das almas, pela expansão missionária da Igreja. Em fevereiro de 1922, num último ato de devoção, ofereceu-se a Deus como vítima pela propagação do Seu Reino na Polônia e no mundo. Anotou em seu Diário: “Pensando em minha vida, creio estar na vocação, no local e no estado para os quais Deus me havia chamado desde a infância”.

Por fim Ângela consentiu em deixar aquela cela e foi levada para a enfermaria de Santa Zita, onde, após ter recebido os Sacramentos, faleceu serenamente no dia 12 de março de 1922, em extrema pobreza e com a fama de santidade.

O Papa João Paulo II proclamou-a Beata no dia 13 de agosto de 1991, em Cracóvia.

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