Nascido
na Romênia em uma família de cristãos em meio a inúmeros pagãos, sonhava em ir
para a Itália, onde “acharia os melhores
cristãos do mundo”. Assim, aos 22 anos parte para a Itália e entre os
capuchinhos descobre seu lugar e sua vocação: cuidar dos enfermos, pobres e
necessitados. Ser totalmente servo de todos era sua missão e sua oração era um
agradecimento: “Senhor, eu te dou graças
porque sempre estive servindo e nunca fui servido, sempre fui súdito e nunca
mandei em ninguém”.
O
Beato Jeremias de Valacchia, batizado com o nome de Jon Stoika, nasceu a 29 de
junho de 1556, em Tzazo, na Romênia, no seio de uma família que se distinguia
pela sua fé católica numa região marcada pela heresia.
Deixou
sua terra natal e, caminhando por lugares e países desconhecidos, chegou a a Raguza e depois, por mar, a Bari. Por fim, a
Itália!… A desilusão não podia ser mais pungente e amarga. Eram aqueles «os
bons cristãos», de que lhe falara seu pai e sua mãe? Quantas blasfêmias,
quantas intrigas, quantas discórdias! Desiludido, apenas lhe restava regressar
de novo à sua terra. Dirige-se ao porto para embarcar, mas um velho misterioso
deteve-o: «Jon, para onde vais? Bari não ê toda a Itália. Vai para Nápoles ou
para Roma…» O conselho era justo, e sábia a sugestão. Jon voltou para trás e
parte para Nápoles. Ali chegou na Quaresma de 1578. As igrejas estavam
apinhadas de gente. A impressão foi ótima. Jon não queria acreditar no que os
seus olhos viam. E os «monges santos»? Em Bari tinha conhecido os Capuchinhos.
Encontrou-os também em Nápoles. O seu coração transbordou de alegria.
Tendo
entrado na igreja dos Capuchinhos, assistiu com devoção às celebrações
litúrgicas realizadas pelos freis capuchinhos. Ficou comovido e, ali mesmo, tomou a decisão: “Vou ser um deles”.
Apresentou-se
ao Ministro Provincial, frei Urbano de Giffoni que, depois de ter experimentado
a vocação do jovem, acolheu seu pedido e mandou-o para Aurunna a fim de iniciar
o noviciado.
Mudou,
então, o nome de Jon pelo de frei Jeremias de Valacchia. Fez a primeira
profissão religiosa a 8 de maio de 1579, quando tinha 23 anos de idade. Depois
de 4 anos de indescritíveis emigrações encontrou, finalmente, a sua casa na
Ordem dos Capuchinhos.
A
partir daquele momento empenhou-se vivamente em percorrer o caminho da
santidade seguindo as pegadas de São Francisco. Depois de ter prestado serviço
como cozinheiro, hortelão, sacristão e também de esmolar para os irmãos em
vários conventos da Campânia, no ano de
1585, acabou por ser mandado para Santo Efrém Novo, em Nápoles, como
encarregado de assistir os doentes na grande enfermaria da Província.
Seria
ali, neste ofício de bom samaritano, que iria revelar o seu carisma muito
particular e onde se doaria totalmente por amor de Cristo. Reservava para si o cuidado dos mais necessitados, dos que tivessem
maiores chagas ou feridas, dos mais difíceis e de pior trato e até dos mais
desequilibrados. Mãe alguma teria cuidado de seu filho com tanta ternura como
frei Jeremias cuidava dos seus pobres irmãos.
A
fama da sua santidade espalhou-se por toda à parte. As pessoas vinham de todas
as partes ter com ele. Realizou milagres, distinguia-se pela sua caridade com
os pobres, ensinava o catecismo aos pequeninos que se sentiam atraídos por ele.
Foi
profundamente devoto de Nossa Senhora. Ali viveu a cuidar os seus doentes por cerca
de 40 anos, num serviço generoso, sempre de rosto alegre e sereno. Rezava, frequentemente,
dizendo: “Senhor, eu te dou graças
porque sempre estive servindo e nunca fui servido, sempre fui súdito e nunca
mandei em ninguém”.
Manteve-se
no seu posto de trabalho e de sacrifício até à morte que o visitou na noite de
5 de março de 1625 quando tinha 69 anos de idade. Morreu, precisamente, vítima
do amor e da obediência, quando, em Torre de Grecco, tinha ido visitar um
doente que ali se encontrava. Amado por ortodoxos e por católicos, este humilde
capuchinho constitui, hoje, a glória e a esperança da sua Pátria, a Romênia.
A
30 de outubro de 1983, o Papa João Paulo II, durante o Ano Santo da Redenção,
inscreveu-o no catálogo dos Beatos.
Oração
Senhor,
que destes ao Bem-aventurado Jeremias de Valacchia a graça de imitar a Cristo
pobre e humilde, fazei que, a seu exemplo, dediquemos todas as nossas energias
ao Vosso serviço e ao serviço da salvação dos nossos irmãos. Por nosso Senhor
Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
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