domingo, 6 de março de 2016

Santa Rosa de Viterbo


Rosa viveu numa época de grandes confrontos, entre os poderes do papa e do imperador, somados aos conflitos civis provocados por duas famílias que disputavam o governo da cidade de Viterbo, a sua vida foi breve e incomum. Ela era uma criança carismática, possuía dons especiais e um amor incondicional ao Senhor e a Virgem Maria. Dizem que com apenas três anos de idade transformava pães em rosas e aos sete, pregava nas praças, convertendo multidões. 

Ela nasceu em uma família humilde, que possuía uma boa propriedade na vizinha Santa Maria de Poggio, vivendo com conforto da agricultura. Seu pai chamava-se João e sua mãe Catarina.
João também era jardineiro do Convento Santa Maria das Rosas. Como era comum na Idade Média, a função do jardineiro desse Convento passava por várias gerações, de pai para filho. João, já idoso, não possuía descendente. Catarina, sua esposa, se unia ao humilde jardineiro, em orações à Santa Izabel e São Zacarias, pedindo um herdeiro.
E as preces do jardineiro e sua esposa acabaram sendo atendidas, mas, limitadas ao desejo inicial, pois não conseguiram um descendente homem.  João e Catarina tiveram, no dia 6 de março de 1233, uma filha que veio a ser a mais bela rosa do jardim daquele jardineiro, que seria a glória do seu lar, da sua cidade e uma das maiores santas da Igreja. Desde o berço, Rosa – nome que a menina recebeu em louvor à Santa Maria das Rosas – mostrava sinais de uma vocação especial.

A vida de Rosa foi breve e incomum. Como sua mãe, Catarina, trabalhava com as Irmãs Clarissas do mosteiro da cidade, Rosa recebeu a influência da espiritualidade franciscana, ainda muito pequena. 

No dia 23 de julho de 1245, foi atacada por uma forte febre e estava a beira da morte. Foi quando a Virgem Santíssima apareceu para Rosa e lhe disse: “Levanta-se minha filha porque amanhã irás a Igreja de São João Batista, depois à de São Francisco, onde tomarás o hábito da Ordem Terceira”.
Na sua cama, de repente ajoelho-se e balbuciou o nome de Maria, ficou ali por um longo tempo, então levantou e sorriu, estava sem febre. Contou então o ocorrido. No mesmo dia foi à Missa e depois foi pedir sua admissão na Ordem da Penitência de São Francisco – hoje chamada de Ordem Franciscana Secular.

Em 1250, o prefeito a condenou ao exílio. Rosa e seus pais foram morar em Soriano onde sua fama já havia chegado.

Na noite de 5 de dezembro 1251, Rosa recebeu a visita de um anjo, que lhe revelou que o imperador Frederico II, uma semana depois, morreria. O que de fato aconteceu. Com isto, o poder dos hereges enfraqueceu e Rosa pode retornar a Viterbo. Toda a região voltou a viver em paz.

Ela desejava entrar para o Converto Santa Maria das Rosas, mas foi recusada. A história não explica no entanto, os motivos que fizeram as freiras daquele convento recusarem a presença de Rosa. E Rosa lhes disse: “A donzela que repelis hoje há de ser por vós aceita um dia, com alegria, e a guardareis preciosamente”.

Rosa então transformou seu quarto em uma cela de religiosa, impondo-se a um severo silêncio, ocupando-se apenas com Deus, sentindo que sua missão havia terminado. Assim passou seus últimos sete anos de vida, só sendo interrompida por pessoas piedosas que vinham lhe pedir conselhos.

No dia 6 de março de 1252, sem agonia, ela morreu.

No mesmo ano, o Papa Inocêncio IV, mandou instaurar o processo para a canonização de Rosa. Cinco anos depois o mesmo pontífice mandou exumar o corpo, e para a surpresa de todos, ele foi encontrado intacto. Rosa foi transladada para o convento das Irmãs Clarissas que nesta cerimônia passou a se chamar, convento de Santa Rosa, sendo então cumprida a sua profecia.

Depois desta cerimônia a Santa só foi “canonizada” pelo povo, porque curiosamente o processo nunca foi promulgado. A canonização de Rosa ficou assim, nunca foi oficializada. Mas também nunca foi negada pelo Papa e pela Igreja. Santa Rosa de Viterbo, desde o momento de sua morte, foi “canonizada” pelo povo.
Em setembro de 1929, o Papa Pio XI, declarou Santa Rosa de Viterbo a padroeira da Juventude Feminina da Ação Católica Italiana .

No Brasil ela é A Padroeira dos Jovens Franciscanos Seculares. Santa Rosa de Viterbo é festejada no dia de sua morte, mas também pode ser comemorada no dia 4 de setembro, dia do seu translado para o mosteiro de Clarissas de Santa Rosa, em Viterbo, Itália.

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