Depois que Pedro, em
nome dos discípulos, professou a fé nele, reconhecendo-o como o Messias, Jesus
começou a falar abertamente daquilo que lhe acontecerá no fim. Jesus diz: O
Filho do homem — expressão com a qual se designa a si mesmo — será entregue nas
mãos dos homens, e matá-lo-ão; mas ressuscitará três dias depois da sua morte.
No entanto, os discípulos não compreendiam estas palavras; e tinham medo de lhe
perguntar.
Parece evidente que
entre Jesus e os discípulos havia uma profunda distância interior;
encontram-se, por assim dizer, em duas dimensões diferentes, de modo que os
discursos do Mestre não são compreendidos, ou o são só superficialmente. Após o
segundo anúncio da paixão, os discípulos põem-se a discutir sobre qual deles é
o maior.
O que nos diz tudo
isto? Recorda-nos que a lógica de Deus é sempre outra em relação à nossa, como
o próprio Deus revelou pela boca do profeta Isaías: Os meus pensamentos não são
os vossos, / e o vosso modo de agir não é o meu. Por isso, seguir o Senhor
exige sempre do homem uma profunda conversão — de todos nós — uma mudança do
modo de pensar e de viver, requer que abramos o coração à escuta, para nos
deixarmos iluminar e transformar interiormente.
Um ponto-chave em que
Deus e o homem se diferenciam é o orgulho: em Deus não há orgulho, porque Ele é
toda a plenitude e está totalmente propenso para amar e dar vida; em nós
homens, ao contrário, o orgulho está intimamente arraigado e exige vigilância e
purificação constantes. Nós, que somos pequeninos, aspiramos a parecer grandes,
a ser os primeiros; enquanto Deus, que é realmente grande, não tem medo de se
humilhar e de se fazer último.
Papa
Bento XVI – 23 de setembro de 2012
Hoje celebramos:
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