terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

26 de fevereiro - Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos! Mc 9,35


Depois que Pedro, em nome dos discípulos, professou a fé nele, reconhecendo-o como o Messias, Jesus começou a falar abertamente daquilo que lhe acontecerá no fim. Jesus diz: O Filho do homem — expressão com a qual se designa a si mesmo — será entregue nas mãos dos homens, e matá-lo-ão; mas ressuscitará três dias depois da sua morte. No entanto, os discípulos não compreendiam estas palavras; e tinham medo de lhe perguntar.

Parece evidente que entre Jesus e os discípulos havia uma profunda distância interior; encontram-se, por assim dizer, em duas dimensões diferentes, de modo que os discursos do Mestre não são compreendidos, ou o são só superficialmente. Após o segundo anúncio da paixão, os discípulos põem-se a discutir sobre qual deles é o maior.

O que nos diz tudo isto? Recorda-nos que a lógica de Deus é sempre outra em relação à nossa, como o próprio Deus revelou pela boca do profeta Isaías: Os meus pensamentos não são os vossos, / e o vosso modo de agir não é o meu. Por isso, seguir o Senhor exige sempre do homem uma profunda conversão — de todos nós — uma mudança do modo de pensar e de viver, requer que abramos o coração à escuta, para nos deixarmos iluminar e transformar interiormente.

Um ponto-chave em que Deus e o homem se diferenciam é o orgulho: em Deus não há orgulho, porque Ele é toda a plenitude e está totalmente propenso para amar e dar vida; em nós homens, ao contrário, o orgulho está intimamente arraigado e exige vigilância e purificação constantes. Nós, que somos pequeninos, aspiramos a parecer grandes, a ser os primeiros; enquanto Deus, que é realmente grande, não tem medo de se humilhar e de se fazer último.

Papa Bento XVI – 23 de setembro de 2012

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