No trecho proposto
pela liturgia Jesus fala de um fermento que não faz o reino dos Céus: um
fermento estragado. Há, portanto, dois fermentos, um bom e um estragado: o
fermento que faz levedar o reino de Deus e o fermento que é só aparência no
reino de Deus. De resto, o fermento faz crescer sempre; faz crescer, quando é
bom, de modo consistente, substancioso e torna-se um bom pão, uma boa massa:
cresce bem. Mas o fermento estragado não faz crescer bem.
Recordo que no
carnaval, quando éramos crianças, a avó nos preparava doces, e a que ela fazia
era uma massa muito fina. Depois colocava-a no azeite e aquela massa crescia e
quando nós a comíamos, estava vazia. Aqueles doces em dialeto chamam-se “mentirinhas”.
E era precisamente a avó quem explicava a razão: aqueles doces são como as
mentiras: parecem grandes, mas dentro não têm nada, não há nada verdadeiro; não
há substância alguma.
Por conseguinte,
Jesus põe-nos de sobreaviso: Estai atentos ao fermento estragado, o dos
fariseus. E aquele fermento é a hipocrisia. Por isso, o convite do Senhor é
para que nos precavemos bem do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia.
A hipocrisia que tem
duas caras é um simulador. O próprio Jesus, falando destes doutores da lei,
afirma que eles dizem e não fazem.
Por isso é importante
perguntar-se: Como cresço? Cresço com o fermento velho que de nada serve?
Cresço como os crepes da minha avó, vazios, sem substância, ou cresço com o
fermento novo, o que faz o reino dos Céus? Como é o meu fermento?
Papa
Francisco – 14 de outubro de 2016
Hoje celebramos:
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