sábado, 16 de fevereiro de 2019

16 de fevereiro - Os discípulos disseram: “Como poderia alguém saciá-los de pão aqui no deserto?” Mc 8,4


O Evangelho descreve o milagre da multiplicação dos pães, que Jesus realiza para uma multidão de pessoas que O seguiram com a intenção de O ouvir e serem curados de várias enfermidades. Ao cair da noite, os discípulos sugerem a Jesus que mande embora a multidão, para que possa ir alimentar-se. Mas o Senhor tem outra coisa em mente: “Dai-lhe vós mesmos de comer”. Eles, no entanto, só têm sete pães e alguns peixes. Então, Jesus realiza um gesto que faz pensar no sacramento da Eucaristia: Elevando os olhos ao céu, abençoou-os. Partindo em seguida os pães, deu-os aos seus discípulos, que os distribuíram ao povo. O milagre consiste na partilha fraterna de poucos pães que, confiados ao poder de Deus, não só são suficientes para todos, mas chegam a sobejar, a ponto de encher doze cestos. O Senhor pede aos discípulos que distribuam o pão à multidão; deste modo, orienta-os e prepara-os para a futura missão apostólica: com efeito, deverão levar a todos a alimentação da Palavra de vida e do Sacramento.

Neste sinal prodigioso entrelaçam-se a encarnação de Deus e a obra da redenção. Com efeito, Jesus desce da barca para ir ao encontro dos homens. São Máximo, o Confessor, afirma que a Palavra de Deus se dignou, por amor a nós, fazer-se presente na carne, derivada de nós e em conformidade conosco, exceto no pecado, expondo-nos ao ensinamento com palavras e exemplos que nos são convenientes.

O Senhor oferece-nos aqui um exemplo eloquente da sua compaixão pelas pessoas. Pensemos nos numerosos irmãos e irmãs que nestes dias que padecem as dramáticas consequências da carestia, agravadas pela guerra e pela falta de instituições sólidas. Cristo está atento às necessidades materiais, mas deseja dar ulteriormente, porque o homem tem sempre fome de algo mais, precisa de algo mais. No pão de Cristo está presente o amor de Deus; no encontro com Ele, nós alimentamo-nos, por assim dizer, do próprio Deus vivo, e comemos verdadeiramente o “pão do céu”.
Na Eucaristia, Jesus faz de nós testemunhas da compaixão de Deus por cada irmão e irmã; nasce assim, à volta do mistério eucarístico, o serviço da caridade para com o próximo.

Papa Bento XVI – 31 de julho de 2011

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