O Evangelho descreve
o milagre da multiplicação dos pães, que Jesus realiza para uma multidão de
pessoas que O seguiram com a intenção de O ouvir e serem curados de várias
enfermidades. Ao cair da noite, os discípulos sugerem a Jesus que mande embora
a multidão, para que possa ir alimentar-se. Mas o Senhor tem outra coisa em
mente: “Dai-lhe vós mesmos de comer”. Eles, no entanto, só têm sete pães e
alguns peixes. Então, Jesus realiza um gesto que faz pensar no sacramento da Eucaristia:
Elevando os olhos ao céu, abençoou-os. Partindo em seguida os pães, deu-os aos
seus discípulos, que os distribuíram ao povo. O milagre consiste na partilha
fraterna de poucos pães que, confiados ao poder de Deus, não só são suficientes
para todos, mas chegam a sobejar, a ponto de encher doze cestos. O Senhor pede
aos discípulos que distribuam o pão à multidão; deste modo, orienta-os e
prepara-os para a futura missão apostólica: com efeito, deverão levar a todos a
alimentação da Palavra de vida e do Sacramento.
Neste sinal
prodigioso entrelaçam-se a encarnação de Deus e a obra da redenção. Com efeito,
Jesus desce da barca para ir ao encontro dos homens. São Máximo, o Confessor,
afirma que a Palavra de Deus se dignou, por amor a nós, fazer-se presente na
carne, derivada de nós e em conformidade conosco, exceto no pecado, expondo-nos
ao ensinamento com palavras e exemplos que nos são convenientes.
O Senhor
oferece-nos aqui um exemplo eloquente da sua compaixão pelas pessoas. Pensemos
nos numerosos irmãos e irmãs que nestes dias que padecem as dramáticas
consequências da carestia, agravadas pela guerra e pela falta de instituições
sólidas. Cristo está atento às necessidades materiais, mas deseja dar
ulteriormente, porque o homem tem sempre fome de algo mais, precisa de algo
mais. No pão de Cristo está presente o amor de Deus; no encontro com Ele, nós
alimentamo-nos, por assim dizer, do próprio Deus vivo, e comemos verdadeiramente
o “pão do céu”.
Na Eucaristia,
Jesus faz de nós testemunhas da compaixão de Deus por cada irmão e irmã; nasce
assim, à volta do mistério eucarístico, o serviço da caridade para com o
próximo.
Papa
Bento XVI – 31 de julho de 2011
Hoje celebramos:
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