Existe o tempo
imediato entre a primeira vinda de Cristo e a última, que é precisamente o
tempo que agora vivemos. É no contexto deste tempo imediato que se insere a
parábola das dez virgens.
Trata-se de dez
donzelas que esperam a chegada do Esposo, mas ele atrasa e elas adormecem. Ao
anúncio repentino que o Esposo está a chegar, todas se preparam para o receber,
mas enquanto cinco delas, sábias, dispõem de óleo para alimentar as suas
lâmpadas, as demais, imprudentes, permanecem com as lâmpadas apagadas porque
não têm óleo; e enquanto o procuram, o Esposo chega e as virgens imprudentes
encontram fechada a porta que introduz na festa nupcial. Batem à porta com
insistência, mas já é tarde, e o Esposo responde: não vos conheço.
O Esposo é o
Senhor, e o tempo de espera da sua chegada é o tempo que Ele nos concede, a
todos nós, com misericórdia e paciência, antes da sua vinda derradeira; é um
tempo de vigilância; tempo em que devemos manter acesas as lâmpadas da fé, da
esperança e da caridade, nas quais conservar aberto o coração para o bem, a
beleza e a verdade; tempo para viver segundo Deus, pois não conhecemos nem o
dia nem a hora da vinda de Cristo.
É-nos pedido que
estejamos preparados para o encontro — preparados para um encontro, um encontro
bonito, o encontro com Jesus — que significa saber ver os sinais da sua
presença, manter viva a nossa fé com a oração e com os Sacramentos, ser
vigilantes para não adormecer, para não nos esquecermos de Deus. A vida dos
cristãos adormecidos é triste, não é uma vida feliz. O cristão deve ser feliz,
a alegria de Jesus. Não adormeçamos!
Sem dúvida, devemos
ter sempre bem presente que somos justificados e salvos pela graça, por um
gesto de amor gratuito de Deus, que sempre nos precede; sozinhos, nada podemos
fazer. A fé é antes de tudo um dom que recebemos. Mas para que dê fruto, a
graça de Deus exige sempre a nossa abertura a Ele, a nossa resposta livre e
concreta. Cristo vem trazer-nos a misericórdia de Deus que salva. É-nos pedido
que confiemos n’Ele, correspondendo ao dom do seu amor com uma vida boa, feita
de gestos animados pela fé e pelo amor.
Estimados irmãos e
irmãs, nunca tenhamos medo de olhar para o Juízo final; ao contrário, que ele
nos leve a viver melhor o presente. Deus oferece-nos este tempo com
misericórdia e paciência, a fim de aprendermos todos os dias a reconhecê-lo nos
pobres e nos pequeninos, de trabalharmos para o bem e de sermos vigilantes na
oração e no amor. Que no final da nossa existência e da história o Senhor possa
reconhecer-nos como servos bons e fiéis.
Papa Francisco - 24 de abril de 2013
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