A Boa-Nova pode
parecer simplesmente um modo diferente de dizer Evangelho, como feliz anúncio
ou boa notícia. Todavia contém algo que compendia em si tudo o mais: a alegria
do Evangelho. Compendia tudo, porque é jubilosa em si mesma.
A Boa-Nova é
a pérola preciosa do Evangelho. Não é um objeto; mas uma missão. Bem o sabe
quem experimenta a suave e reconfortante alegria de evangelizar.
A Boa-Nova nasce
da Unção. A primeira, a grande unção sacerdotal de Jesus, é a que fez o
Espírito Santo no seio de Maria.
Naqueles dias, a
boa-nova da Anunciação fez a Virgem Mãe cantar o Magnificat,
encheu de um sacro silêncio o coração de José, seu esposo, e fez saltar de gozo
João no seio de sua mãe Isabel.
Hoje, Jesus
regressa a Nazaré e a alegria do Espírito renova a Unção na pequena sinagoga
local: o Espírito pousa e espalha-Se sobre Ele, ungindo-O com o óleo da alegria.
A Boa-Nova.
Uma única palavra – Evangelho – que, no ato de ser anunciada, se torna verdade
jubilosa e misericordiosa.
Que ninguém procure
separar estas três graças do Evangelho: a sua Verdade – não negociável –, a sua
Misericórdia – incondicional com todos os pecadores – e a sua Alegria – íntima
e inclusiva. Verdade, misericórdia e
alegria: todas três juntas.
Nunca a verdade
da Boa-Nova poderá ser apenas uma verdade abstrata, uma daquelas que
não se encarnam plenamente na vida das pessoas, porque se sentem mais
confortáveis na palavra escrita dos livros.
Nunca a
misericórdia da Boa-Nova poderá ser uma falsa compaixão, que deixa o
pecador na sua miséria, não lhe dando a mão para se levantar nem o acompanhando
para dar um passo mais no seu compromisso.
Nunca a Boa-Nova
poderá ser triste ou neutra, porque é expressão duma alegria inteiramente
pessoal: a alegria dum Pai que não quer que se perca nenhum dos seus
pequeninos: a alegria de Jesus, ao ver que os pobres são evangelizados e que os
pequeninos saem a evangelizar.
As alegrias do
Evangelho – uso agora o plural, porque são muitas e variadas, segundo o modo
como o Espírito as quer comunicar em cada época, a cada pessoa, em cada cultura
particular – são alegrias especiais. Chegam-nos em odres novos, aqueles de que
fala o Senhor para expressar a novidade da sua mensagem.
Papa
Francisco 13 de abril de 2017
Hoje
celebramos:
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