Hoje a liturgia continua
a propor o trecho de Mateus, examinando a reação de Pedro que diz a Jesus: Tudo
bem e nós? Parece quase, que Pedro com a sua pergunta — “Eis que deixamos tudo
e te seguimos. O que nos cabe?” — apresenta a conta ao Senhor, como numa
conversa de negócios. Na realidade, provavelmente não era aquela a intenção de
Pedro, que evidentemente não sabia o que dizer: “Sim, ele foi embora, mas nós?”
Em todo o caso, a resposta de Jesus é clara: Em verdade vos digo: Ninguém há
que tenha deixado tudo sem receber tudo. Não há meias-medidas: Eis, deixamos tudo,
Recebereis tudo. Ao contrário, há aquela medida transbordante com a qual Deus
concede os seus dons: “Recebereis tudo.
Ninguém há que tenha deixado casa ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou
filhos, ou terras por causa de mim e por causa do Evangelho que não receba, já
neste século, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, e no
século vindouro a vida eterna”. Tudo.
Esta
é a resposta: O Senhor não sabe conceder
menos que tudo. Quando ele concede algo, doa-se a si mesmo, que é tudo.
Contudo,
uma resposta da qual sobressai uma palavra que nos faz refletir. De fato, Jesus afirma que se recebe já
neste século, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras com
perseguições. Portanto tudo e nada. Tudo
na cruz, tudo com perseguições, juntamente com as perseguições. Porque se
trata de entrar noutro modo de pensar, noutra maneira de agir. Com efeito, Jesus
doa-se totalmente a si mesmo, porque a plenitude de Deus é aniquilada na cruz.
Eis então o dom de Deus: a plenitude aniquilada. Eis então também o estilo do
cristão: procurar a plenitude, receber a plenitude aniquilada e seguir por
aquele caminho. Certamente, um compromisso que não é fácil.
Papa
Francisco – 28 de fevereiro de 2017
Hoje
celebramos:
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