O escândalo é algo
negativo, porque fere a vulnerabilidade do povo de Deus, fere a debilidade do
povo de Deus, e muitas vezes estas feridas se arrastam por toda a vida. Mais
ainda: o escândalo, não só fere, mas é capaz de matar: matar esperanças, ilusões,
famílias, tantos corações.
O escândalo é um
tema sobre o qual Jesus voltava a falar frequentemente. Por exemplo, depois de
uma pregação disse: “Bem-aventurado é aquele que não se escandalizar de mim”.
Porque ele tinha cuidado para não escandalizar. E, ainda, quando chegou o
momento de pagar os impostos, para não “escandalizar” diz a Pedro: “Vai ao mar,
lança o anzol, e ao primeiro peixe que pegares abrirás a boca e encontrarás uma
moeda. Toma-o e dá-o por mim e por ti”. Sempre para não escandalizar, Jesus
adverte também: Se a tua mão é motivo de escândalo, corta-a. E também, de novo,
a Pedro, quando estava diante da cruz, do projeto da cruz, tenta convencê-lo a
fim de que escolha outro caminho, sem rodeios diz: “Afasta-te de mim, és de
impedimento, és motivo de escândalo”.
Jesus é muito claro
nisto. E a nós, a todos dá esta advertência: “Tomai cuidado de vós mesmos!”
Porque há o escândalo do povo de Deus, dos cristãos, quando um cristão,
afirmando ser cristão, vive como um pagão. Aliás, quantas vezes nas nossa
paróquias ouvimos algumas pessoas dizer: “Não, eu não vou à Igreja porque
aquele ou aquela, que está todos os dias a beijar as velas ali dentro, sai e
fala mal dos outros, semeia o joio...”
E quantos cristãos afastam
as pessoas com o seu exemplo, com a sua incoerência: a incoerência dos cristãos
é uma da armas mais fáceis que o demônio possui para enfraquecer o povo de Deus
e para o afastar do Senhor. Em síntese, é o estilo de dizer uma coisa e fazer
outra. Precisamente o que Jesus dizia ao povo sobre os doutores da lei: “Fazei
o que vos disseram, mas não fazei o que fazem”. Eis a incoerência.
Podemos nos
perguntarmos hoje, cada um de nós: como é a minha coerência de vida? Na minha
vida há coerência com o Evangelho, coerência com o Senhor?
Portanto, devemos
questionar-nos se devido à nossa incoerência somos motivo de escândalo para os
outros.
Papa
Francisco – 13 de novembro de 2013
Hoje celebramos:
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