domingo, 12 de agosto de 2018

12 de agosto - Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai. Jo 6,44


Esta palavra do Senhor surpreende-nos e faz-nos refletir. Ela introduz na dinâmica da fé, que é uma relação: a relação entre a pessoa humana — todos nós — e a Pessoa de Jesus, onde um papel decisivo é desempenhado pelo Pai, e naturalmente também pelo Espírito Santo — que aqui está subentendido.
Não basta encontrar Jesus para acreditar n’Ele, não basta ler a Bíblia, o Evangelho — isto é importante, mas não basta — nem é suficiente assistir a um milagre, como a multiplicação dos pães. Muitas pessoas estiveram em estreito contato com Jesus e não acreditaram n’Ele, pelo contrário, desprezaram-no e condenaram-no.

E eu pergunto-me: por que isso? Não foram atraídas pelo Pai? Não, isso aconteceu porque os seus corações estavam fechados à ação do Espírito de Deus. E se tiveres o coração fechado, a fé não entrará. Deus Pai sempre nos atrai a Jesus: somos nós que abrimos ou fechamos o nosso coração. Ao contrário, a fé, que é como uma semente no profundo do coração, desabrocha quando nos deixamos atrair pelo Pai rumo a Jesus, e vamos ter com Ele de coração aberto, sem preconceitos; então reconhecemos no seu rosto a Face de Deus e nas suas palavras a Palavra de Deus, porque o Espírito Santo nos fez entrar na relação de amor e de vida que existe entre Jesus e Deus Pai. E ali nós recebemos o dom, o presente da fé.

Então, com esta atitude de fé, podemos compreender também o sentido do Pão da vida que Jesus nos doa, e que Ele exprime assim: Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei-de dar, é a minha carne para a salvação do mundo (Jo 6, 51).

Em Jesus, na sua carne — ou seja, na sua humanidade concreta — está presente todo o amor de Deus, que é o Espírito Santo. Quem se deixa atrair por este amor caminha rumo a Jesus, vai com fé e d’Ele recebe a vida, a vida eterna.

Quem viveu essa experiência de forma exemplar foi a Virgem de Nazaré, Maria: a primeira pessoa humana que acreditou em Deus acolhendo a carne de Jesus. Aprendamos d’Ela, nossa Mãe, a alegria e a gratidão pelo dom da fé. Um dom que não é privado, um dom que não é propriedade particular mas é um dom a ser partilhado: um dom para a vida do mundo!

Papa Francisco – 09 de agosto de 2015

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