O Beato João Maria
da Cruz nasceu no dia 25 de setembro de 1891 em San Esteban de los Patos
(Ávila, Espanha), numa família de agricultores, muito simples e rica em
virtudes cristãs. Era o primogênito de 15 irmãos e recebeu o nome de Mariano.
Porém, já nos tempos de infância sentia-se chamado a seguir a Cristo como sacerdote,
o que veio a acontecer alguns anos mais tarde, tornando-se pároco diocesano.
Tendo-se tornado
religioso na Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, tomou o nome
de João Maria da Cruz, como será posteriormente conhecido. Dotado de
profundo zelo apostólico e foi também o “anjo protetor” do Seminário Dehoniano
de Puente La Reina e promotor vocacional da Congregação na Espanha. Padre João
viveu como padre itinerante, porque tinha a difícil missão de percorrer cidades
e aldeias angariando fundos e recrutando candidatos para as escolas da
Congregação.
A 23 de julho de
1936, Padre João está de viagem para Valencia para encontrar refúgio junto a uma
benfeitora da Congregação. No trajeto da estação para a casa da senhora
Pilar, passa diante da Igreja "de los Juanes", no centro da
cidade. Ficou aterrorizado com o 'espetáculo
horrível' - são suas palavras - quando vê homens a destruir os objetos
sagrados da paróquia e a incendiar a igreja. Em vez de passar adiante em
silêncio, o Padre João não esconde sua indignação pelo incêndio da Igreja.
Quando aqueles malfeitores comentam entre si: 'aquele é um reacionário!', ele
responde: 'Não! Sou sacerdote!'
Imediatamente os voluntários republicanos o prendem e o transferem para o
cárcere modelo de Valencia. Mais tarde, testemunhas contam a vida sacerdotal
exemplar do Padre João na prisão, onde continua fiel às suas práticas
religiosas, desenvolve um modesto ministério pastoral e se prepara para o
martírio...
No dia 23 de Agosto
de 1936, era já noite, foi fuzilado em Silla (Valência).
Foi beatificado por
São João Paulo II no dia 11 de Março de 2001, juntamente com outros mártires espanhóis.
É o patrono das
vocações dehonianas. “Deixo-vos o mais
maravilhoso dos tesouros. O Coração de Jesus”.
“O reino do Coração de Jesus nas almas e nas sociedades”,
assim resumia suas mais altas aspirações e a missão da Família Dehoniana na
Igreja: O Reino da civilização do amor.
Algumas palavras de
Dom Virginio Bressanelli sobre o Beato:
“Não é coincidência
eu ter conhecido nossa Congregação na capela dos religiosos reparadores, onde
ele tinha feito adoração. O ideal de sacrifício, amor e reparação; a
centralidade de Deus manifestada no Mistério do Coração aberto de Jesus; a
força enfatizada na Eucaristia (Missa e Adoração); a terna devoção a Maria; a
obediência e doação total ao Senhor e aos irmãos; a sensibilidade social e o
cuidado para com os pobres; estes são os valores que o Beato João Maria da Cruz
já trouxera com ele e que na Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus
ele encontrou espaço para crescer e desenvolver ao nível do heroísmo.
As notas
espirituais deixadas pelo Beato, frutos da sua reflexão e seus propósitos por
ocasião dos seus retiros e exercícios espirituais, mostram suas fortes raízes
no espírito da Congregação. Elas mostram a uma clareza prática que vem com uma
concreta tradução sobre o significado da Reparação em relação a Deus e em
relação à realidade humana do pecado pessoal e do pecado social. Foi sua
profunda experiência do amor de Deus que o permitiu assumir e experimentar a
essência do nosso carisma de amor e reparação.”
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