“O
seu mandamento é este: que creiamos... e nos amemos uns aos outros" (1
Jo 3, 23). O apóstolo João exorta a aceitar o amor infinito de Deus, que
para a salvação do mundo enviou o seu Filho unigenito. Este amor exprimiu-se de
modo sublime quando Cristo derramou o seu Sangue como "preço infinito de
resgate" por toda a humanidade. Pelo mistério da Cruz foi conquistada
interiormente Maria de Mattias, que colocou o Instituto das Irmãs
Adoradoras do Sangue de Cristo "sob o estandarte do Sangue Divino". O
amor a Jesus crucificado transformou-se nela em paixão pelas almas e em
dedicação humilde aos irmãos, ao "querido próximo", como gostava de
repetir. "Animemo-nos exortava a
sofrer de bom grado por amor de Jesus que deu com tanto amor o seu sangue por
nós. Comprometamo-nos em ganhar almas para o céu".
Santa
Maria de Mattias confia hoje esta mensagem aos seus filhos e às suas filhas
espirituais, estimulando a todos a seguir até ao sacrifício da vida o Cordeiro
imolado por nós.
Papa João Paulo II – Homilia de Canonização –
18 de maio de 2003
Foi
em Vallecorsa, província de Frosinone que Maria de Mattias veio ao mundo, em 4
de Fevereiro de 1805. Era a última aldeia do Estado Pontifício.
Na
sua família não faltavam riqueza e cultura, assim como uma profunda fé cristã.
No
diálogo com seu pai, aprendeu e interiorizou as verdades da fé e episódios da
Sagrada Escritura que lhe lia desde a mais tenra idade. Assim desenvolveu um
grande amor a Jesus, Cordeiro imolado pela salvação da humanidade. Tudo isto
aconteceu quando se vivia o período trágico do banditismo. No espírito de Maria
De Mattias, amadurecia, assim, um confronto entre o sangue humano derramado
pelo ódio e vingança e o de Cristo, derramado por amor.
Viveu
a sua meninice e adolescência na contemplação da sua beleza, mas aos 16-17 anos
começou uma nova procura de sentido para a vida, através da necessidade de um
amor sem limites.
Foi sempre em diálogo com o pai a quem revelou a vontade interior de se confiar a Nossa Senhora para que lhe desse luz, que Deus lhe fez experimentar de modo místico a beleza do seu amor, manifestado na sua plenitude em Cristo Crucificado, em Cristo que dá todo o seu Sangue.
Foi sempre em diálogo com o pai a quem revelou a vontade interior de se confiar a Nossa Senhora para que lhe desse luz, que Deus lhe fez experimentar de modo místico a beleza do seu amor, manifestado na sua plenitude em Cristo Crucificado, em Cristo que dá todo o seu Sangue.
Esta
foi a fonte, a força e motivação que a levou pelos caminhos da Itália para
fazer conhecer de todos o Amor terno do Pai Celeste, como ela dizia;
o Amor de Jesus Crucificado.
Convencida
de que a reforma da sociedade nasce do coração da pessoa e que esta se
transforma quando compreende quão preciosa é aos olhos de Deus e de quanto amor
foi objeto: Jesus deu todo o seu Sangue para a resgatar. Fora esta a sua
experiência e assim, procurava conduzir a todos, pequenos e grandes, a
descobrir o que lhe tinha sido revelado e a havia transformado.
Aprendera
tudo isto aos dezessete anos, durante a pregação de uma missão popular em
Vallecorsa, orientada por Gaspar del Bufalo, mais tarde canonizado pela Igreja.
Sob
a orientação do Venerável Pe. Giovanni Merlini, fundou a Congregação das Irmãs Adoradoras do Sangue de Cristo, em Acuto, a 4
de Março de 1834. Como tinha aprendido a ler e escrever, foi chamada pelo
Administrador de Anagni, Mons. José Maria Lais, para ensinar as crianças. Maria
não se limitava a essa missão; juntou as mães e os filhos para os catequizar,
para os fazer amar Jesus e viver cristamente. Não podia falar aos homens, mas
estes acorriam voluntariamente para a ouvir, embora às escondidas. Até os
pastores lhe pediram que os ensinasse depois do pôr do sol; todos acorriam para
ouvir as suas lições.
Maria
atraía a todos, até os sacerdotes, porque, quando falava de Jesus e dos
mistérios da fé, parecia tê-los vivido em pessoa. O seu desejo era de que nem
uma gota do Sangue de Jesus se perdesse, que juntasse todos os pecadores para
os purificar e, assim, reencontrassem o justo caminho para a paz e comunhão
entre os homens.
Este
ardor arrastou muitos jovens e Maria De Mattias teve de fundar muitas casas,
chegando à Alemanha e Inglaterra; em Roma, o próprio Papa Pio IX a chamou para
o Hospício de São Luís e para a Escola de Civitavecchia. Na sua vida tinha uma
preocupação: dar gosto a Jesus, que lhe tinha roubado o coração desde a
juventude e salvar "o querido próximo".
Morreu
em Roma a 20 de Agosto de 1866 e Pio IX mandou que fosse sepultada no Cemitério
de Verano. O processo da sua Beatificação foi iniciado trinta anos depois, mas
foi Pio XII que a beatificou em 1 de outubro de 1950
e no dia 18 de maio de 2003, foi canonizada por João Paulo II, na Praça de São
Pedro.
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