A liturgia narra
sobre o jovem rico, um episódio que se poderia intitular: O percurso que vai da
alegria e da esperança para a tristeza e o fechamento de si mesmo. De fato,
aquele jovem queria seguir Jesus, viu-o e correu ao seu encontro, entusiasmado,
perguntando-lhe: “Que devo fazer de bom para alcançar a vida eterna?” E, depois
do convite a seguir os mandamentos, o Senhor exorta-o: Vai, vende tudo o que
tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. E o jovem, ficou
abatido e foi embora entristecido. Com efeito, possuía muitos bens.
Passou do
entusiasmo para a tristeza: Queria seguir Jesus e foi-se embora por outro
caminho. O motivo? Estava apegado aos seus bens. Tinha muitos bens. E na
balança venceram os bens.
A atitude clara de
Jesus diante de tal reação: Disse aos seus discípulos com convicção: “Como é
difícil para quem possui riquezas entrar no reino de Deus”. De fato, há um
mistério na posse das riquezas. Elas têm a capacidade de seduzir, de nos levar
a uma sedução e de nos fazer crer que estamos num paraíso terrestre. Em relação
a isto, recordo nos anos setenta quando vi pela primeira vez um bairro fechado,
de pessoas ricas; era fechado para se defender dos ladrões, para estarem
seguros. Havia também pessoas boas, mas estavam fechados naquela espécie de
paraíso terrestre. Isto acontece, quando há um fechamento para defender os
bens: perde-se o horizonte. É triste uma vida sem horizontes.
É preciso
considerar, que as coisas fechadas se arruínam, entram em corrupção. O apego às
riquezas é o início de todos os tipos de corrupção, em toda a parte: corrupção
pessoal, nos negócios, até na pequena corrupção comercial, de quantos subtraem
um grama no peso justo de uma mercadoria — corrupção política, corrupção na
educação... Quantos vivem apegados ao próprio poder, às próprias riquezas,
acreditam que estão no paraíso. Estão fechados, não têm horizontes nem
esperança. No final terão que deixar tudo.
Papa
Francisco – 25 de maio de 2015
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