quinta-feira, 28 de junho de 2018

28 de junho - Nem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor', entrará no Reino dos Céus. Mt 7,21


Cada um de nós tem o próprio estilo de resistência escondida à graça: devemos procurá-lo, encontrá-lo e colocá-lo diante do Senhor, a fim de que Ele nos purifique.

Estas resistências escondidas, que todos temos têm uma natureza bem reconhecível pois vêm sempre para deter um processo de conversão. É precisamente um parar, não é um lutar contra; é estar parado, talvez sorrir, mas tu não passas, como um resistir passivamente, de forma escondida. Aliás, quando há um processo de mudança numa instituição, numa família é possível reconhecer, justamente, resistências e é um bem. Com efeito, se não existissem, esta realidade não seria de Deus: quando há estas resistências é o diabo que as semeia, para que o Senhor não avance.

Mas quais são estas resistências escondidas? Comecemos pelas resistências das palavras vazias, aquelas palavras às quais o Senhor faz referência no Evangelho: Nem todos os que dizem “Senhor, Senhor” entrarão no reino dos céus. E pode-se chegar a dizer: Senhor, Senhor, tu me conheces, jantámos juntos... E Ele reitera muitas vezes no Evangelho: “Não, este não entra!”. Por isso, as palavras não servem, as palavras não nos ajudam: são as palavras, as palavras vazias. Como dizer Sim, sim, sim, mesmo se no fundo é não, não, não. Mas outrossim sempre o sim, o suave sim, para amenizar o mandamento do Senhor ou a voz do Espírito.

A este propósito, lembremos da parábola dos dois filhos, que o pai envia para a vinha. E um diz: “Não, não irei!”. Mas depois pensa: Sim, vou, é papá. Ao contrário, o outro filho responde: “Sim pai, fique tranquilo. Irei”. Ao contrário pensa mas este velho não compreende as coisa novas e não vai.
Portanto, o segundo filho faz a resistência passiva que consiste precisamente em dizer sim, tudo sim, muito diplomaticamente, quando ao contrário é não, não, não. Em síntese muitas palavras — sim, sim, sim mudaremos tudo, sim — para não mudar nada. E esta é a resistência das palavras vazias.

Papa Francisco – 01 de dezembro de 2016


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