Cada um de nós tem
o próprio estilo de resistência escondida à graça: devemos procurá-lo,
encontrá-lo e colocá-lo diante do Senhor, a fim de que Ele nos purifique.
Estas resistências
escondidas, que todos temos têm uma natureza bem reconhecível pois vêm sempre
para deter um processo de conversão. É precisamente um parar, não é um lutar
contra; é estar parado, talvez sorrir, mas tu não passas, como um resistir passivamente,
de forma escondida. Aliás, quando há um processo de mudança numa instituição,
numa família é possível reconhecer, justamente, resistências e é um bem. Com
efeito, se não existissem, esta realidade não seria de Deus: quando há estas
resistências é o diabo que as semeia, para que o Senhor não avance.
Mas quais são estas
resistências escondidas? Comecemos pelas resistências das palavras vazias,
aquelas palavras às quais o Senhor faz referência no Evangelho: Nem todos os
que dizem “Senhor, Senhor” entrarão no reino dos céus. E pode-se chegar a
dizer: Senhor, Senhor, tu me conheces, jantámos juntos... E Ele reitera muitas
vezes no Evangelho: “Não, este não entra!”. Por isso, as palavras não servem,
as palavras não nos ajudam: são as palavras, as palavras vazias. Como dizer
Sim, sim, sim, mesmo se no fundo é não, não, não. Mas outrossim sempre o sim, o
suave sim, para amenizar o mandamento do Senhor ou a voz do Espírito.
A este propósito, lembremos
da parábola dos dois filhos, que o pai envia para a vinha. E um diz: “Não, não
irei!”. Mas depois pensa: Sim, vou, é papá. Ao contrário, o outro filho
responde: “Sim pai, fique tranquilo. Irei”. Ao contrário pensa mas este velho
não compreende as coisa novas e não vai.
Portanto, o segundo
filho faz a resistência passiva que consiste precisamente em dizer sim, tudo
sim, muito diplomaticamente, quando ao contrário é não, não, não. Em síntese
muitas palavras — sim, sim, sim mudaremos tudo, sim — para não mudar nada. E
esta é a resistência das palavras vazias.
Papa
Francisco – 01 de dezembro de 2016
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