sábado, 2 de junho de 2018

02 de junho - Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu autoridade para fazer isso? Mc 11,28


A autoridade é um tema frequente no Evangelho. Em particular, a de Jesus encontra-se posta em questão, muitas vezes precisamente pelos doutores da lei, fariseus, sacerdotes e escribas: Mas com qual autoridade fazes isto? Diz-nos! Tu não tens autoridade para fazer isto! Nós temos autoridade! No fundo da questão há o problema da autoridade formal e da autoridade real. Enquanto escribas e fariseus tinham autoridade formal, Jesus tinha uma autoridade real. Mas, não porque fosse um sedutor. De fato, se é verdade que Jesus anunciava um ensinamento novo, é também verdade que o próprio Jesus disse que ele ensinava a lei até ao último ponto. A novidade em relação aos doutores da lei era que Jesus ensinava a verdade, mas com autoridade.

Neste ponto, é importante compreender onde está a diferença desta autoridade. Antes de tudo, a autoridade de Jesus era humilde: ele ensinava com humildade. A sua era uma dimensão de serviço, a ponto que ele aconselhava o mesmo aos seus discípulos: “Os chefes das nações oprimem-nas, mas entre vós não seja assim. O maior seja como aquele que serve: faça-se o menor, e então será o maior”. Portanto, Jesus«servia as pessoas, explicava as situações para que compreendessem bem: estava ao serviço das pessoas. Tinha uma atitude de servo, e isto dava autoridade. Pelo contrário, os doutores da lei, tinham uma psicologia de príncipes. E pensavam: Nós somos os mestres, os príncipes, e ensinamos a vós. Não de serviço: nós mandamos, vós obedeceis. Mesmo se as pessoas ouviam e respeitavam, não sentiam que exerciam autoridade sobre eles. Ao contrário, Jesus nunca se fez passar por um príncipe. Era sempre o servo de todos e isto dava-lhe autoridade.

Uma segunda atitude da autoridade de Jesus, era a proximidade. Lê-se no Evangelho: Jesus estava próximo das pessoas, vivia no meio do povo e eles não o deixavam ir. O Senhor não era alérgico às pessoas: tocar os leprosos, os doentes não lhe causava arrepios. E estar próximo das pessoas dá autoridade.

Por fim há uma terceira diferença em relação aos doutores da lei: a coerência. Jesus, era coerente, vivia o que pregava. Havia como que uma unidade, uma harmonia entre o que pensava, sentia e fazia. O que não acontece na atitude dos escribas e fariseus: a sua personalidade estava dividida a ponto que Jesus aconselhava os seus discípulos: “Fazei o que vos dizem, mas não o que fazem”.

Uma autoridade que causa admiração e conquista. A admiração do povo diante de Jesus, porque a sua autoridade era humilde, de serviço, era uma autoridade próxima das pessoas e coerente.


Papa Francisco - 10 de janeiro de 2017

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