A autoridade é um
tema frequente no Evangelho. Em particular, a de Jesus encontra-se posta em
questão, muitas vezes precisamente pelos doutores da lei, fariseus, sacerdotes
e escribas: Mas com qual autoridade fazes isto? Diz-nos! Tu não tens autoridade
para fazer isto! Nós temos autoridade! No fundo da questão há o problema da
autoridade formal e da autoridade real. Enquanto escribas e fariseus tinham
autoridade formal, Jesus tinha uma autoridade real. Mas, não porque fosse um
sedutor. De fato, se é verdade que Jesus anunciava um ensinamento novo, é
também verdade que o próprio Jesus disse que ele ensinava a lei até ao último
ponto. A novidade em relação aos doutores da lei era que Jesus ensinava a
verdade, mas com autoridade.
Neste ponto, é
importante compreender onde está a diferença desta autoridade. Antes de tudo, a
autoridade de Jesus era humilde: ele ensinava com humildade. A sua era uma
dimensão de serviço, a ponto que ele aconselhava o mesmo aos seus discípulos:
“Os chefes das nações oprimem-nas, mas entre vós não seja assim. O maior seja
como aquele que serve: faça-se o menor, e então será o maior”. Portanto, Jesus«servia
as pessoas, explicava as situações para que compreendessem bem: estava ao serviço
das pessoas. Tinha uma atitude de servo, e isto dava autoridade. Pelo contrário,
os doutores da lei, tinham uma psicologia de príncipes. E pensavam: Nós somos
os mestres, os príncipes, e ensinamos a vós. Não de serviço: nós mandamos, vós
obedeceis. Mesmo se as pessoas ouviam e respeitavam, não sentiam que exerciam
autoridade sobre eles. Ao contrário, Jesus nunca se fez passar por um príncipe.
Era sempre o servo de todos e isto dava-lhe autoridade.
Uma segunda atitude
da autoridade de Jesus, era a proximidade. Lê-se no Evangelho: Jesus estava
próximo das pessoas, vivia no meio do povo e eles não o deixavam ir. O Senhor não
era alérgico às pessoas: tocar os leprosos, os doentes não lhe causava
arrepios. E estar próximo das pessoas dá autoridade.
Por fim há uma
terceira diferença em relação aos doutores da lei: a coerência. Jesus, era
coerente, vivia o que pregava. Havia como que uma unidade, uma harmonia entre o
que pensava, sentia e fazia. O que não acontece na atitude dos escribas e
fariseus: a sua personalidade estava dividida a ponto que Jesus aconselhava os
seus discípulos: “Fazei o que vos dizem, mas não o que fazem”.
Uma autoridade que
causa admiração e conquista. A admiração do povo diante de Jesus, porque a sua
autoridade era humilde, de serviço, era uma autoridade próxima das pessoas e
coerente.
Papa Francisco - 10 de janeiro de 2017
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