SEGUNDO DIA
SINAL DA CRUZ:
Vinde,
ó Deus, em meu auxílio.
Socorrei-me sem
demora
Glória
ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no
princípio, agora e sempre. Amem. Aleluia
HINO
Unânimes
proclamem séculos e povos
Teu
nome, Ó Mônica, é reconhecido,
O
mundo inteiro em cantos sempre novos
Louve
tua vida, teu exemplo oferecido.
Tu
que pátria e cidade abandonaste
Por
teu amor materno conduzida,
E
as tormentas do mar desafiaste
E
em pós do filho, por terra desconhecida.
Tuas
lágrimas combatem a vaidade
Em
que o filho se apoiava confiante:
Ó
vencedora de heresias, na verdade,
Derrotas
o erro e, com Cristo, sais triunfante.
À
força de tuas lágrimas e preces,
Aquele
duro coração dobrar pudeste
E
convertê-lo ao grande Deus que reconheces
Depois
do teu sofrer tu mereceste.
Vences
no filho os rebeldes corações
De
tantos inimigos da piedade:
Faze
também que, em nosso tempo de ilusões,
Triunfe
o Cristo para o bem da humanidade.
Realizada,
ó mãe, em teu desejo antigo,
Já
não procures à tua África voltar,
Ó
santa mulher forte, os santos dão-te abrigo:
Apressa-te,
pois no céu tens teu lugar.
Seja
a honra ao Pai e ao Filho muito amado,
E
também a vós que a Divindade partilhais,
Ó
Santo Espírito, com ambos adorado,
Pelos
séculos dos séculos eternais. Amém.
Responsório:
P: Transcorriam os meus
anos em lamentos, e vós, Senhor, meu Pai eterno, sois meu conforto.
T: Até que eu,
purificado pelo fogo do vosso amor, mergulhasse em vós: e vós, meu Pai eterno,
sois meu conforto.
OREMOS:
Senhor nosso Deus, misericórdia dos que em vós esperam, que ornastes
vossa serva Santa Mônica com o dom inestimável de reconciliar convosco seu
marido e seus filhos, por meio da oração e do exemplo; concedei-nos ser, por
meio de sua intercessão, mensageiros do vosso amor para conosco e conduzir para
vós os corações dos nossos irmãos. Por Cristo, nosso Senhor, na unidade do
Espírito Santo!
Amém.
Confissões IX, 9
Esposa e mãe exemplar
Educada assim na
modéstia e na temperança, mais sujeita a seus pais pela tua mão que
por seus pais a ti,
logo que chegou à idade núbil, foi dada em matrimônio a um homem, a quem serviu
como a senhor. Procurou conquistá-lo para ti, falando-lhe de ti com suas
virtudes, com as quais tu a tornavas bela e reverentemente amável e admirável
ante seus olhos. Suportou suas infidelidades conjugais com tanta paciência, que
jamais teve com ele a menor briga por isso, pois esperava que tua misericórdia
viria sobre ele, e que lhe trouxesse, com a fé, a castidade.
Seu marido, se de um lado era sumamente afetuoso, por
outro era extremamente colérico, mas ela tinha o cuidado de não contrariá-lo
nem com ações, nem com palavras, se o visse irado.
Logo que o via calmo e sossegado, oportunamente,
mostrava-lhe o que havia feito, se por acaso se tivesse irritado
desmedidamente. Muitas senhoras, embora tendo maridos mais calmos, traziam no
rosto as marcas das pancadas que as desfiguravam. Conversando entre amigas,
lamentavam a conduta dos maridos.
Minha mãe
reprovava-lhes a língua e, como por gracejo, lembrava-lhes que, desde a leitura
do contrato matrimonial, deviam considerá-lo como documento que as tornava
servas, e portanto proibia-lhes de serem altivas com seus senhores. Essas
senhoras, que conheciam o mau gênio de seu marido, admiravam-se de que jamais
ninguém tivesse ouvido ou percebido qualquer indício que Patrício maltratasse a
mulher, nem sequer que algum dia tivessem brigado por questões domésticas. E
como lhe pedissem confidencialmente a razão disso, minha mãe expunha-lhes seu
agir habitual, como acima mencionei. Algumas, após experimentar, punham-no em
prática e davam-lhe graças; as que não a imitavam continuavam a sofrer
humilhações e violências.
Sua sogra, a
princípio irritara-se contra ela por causa dos mexericos de criadas malévolas.
Mas conseguiu
conquistá-la com respeito, contínua tolerância e mansidão, que ela mesma,
espontaneamente,
denunciou ao filho as línguas intrigantes das criadas, que perturbavam a paz
doméstica entre ela e a nora, e pediu que as castigasse. Ele, em obediência à
mãe, para manter a disciplina familiar e a harmonia entre os seus, mandou
açoitar as acusadas, segundo a vontade da acusante; e esta prometeu-lhes ainda
que esse era o prêmio que devia esperar quem, querendo agradá-la, lhe dissesse
mal da nora. E ninguém mais se atreveu a fazê-lo, e viveram as duas em doce e
memorável harmonia.
A esta tua boa serva, em cujo seio me criaste, ó meu
deus, minha misericórdia, dotaste de outra grande virtude: a de intervir como
pacificadora, sempre que podia, nas discórdias e querelas. Daquilo que ouvia
de queixas amargas, vomitadas com animosidade ressentida, quando na presença de
uma amiga os ódios mal digeridos se desafogam em amargas confidencias a
respeito de uma amiga ausente, ela nada referia uma à outra, senão o que
poderia servir para a reconciliação.
Este dom me pareceria
de pouca monta se uma triste experiência não me houvesse
mostrado grande
número de pessoas – por não sei que horrível contagio de pecados, espalhados
por toda parte – que não só revelam as palavras pesadas de inimigos irados, mas
que ainda acrescentam coisas que não foram ditas. Quem fosse realmente humano,
deveria ter em pouca conta ou não excitar nem fomentar as inimizades dos
homens, e melhor ainda procurar extingui-las com boas palavras.
Assim era minha mãe, ensinada por ti, mestre interior, na
escola de seu coração.
Por fim, conquistou para ti o seu marido, já no fim da
vida, não tendo que lamentar no cristão o que havia tolerado no infiel.
Ela era
verdadeiramente a serva de teus servos, e todos os que a conheciam te louvavam,
honravam, te amavam
em sua pessoa, porque percebiam tua presença em seu coração,
confirmada pelos
frutos de uma vida santa.
Havia sido mulher de
um só homem, cumprira sua dívida de gratidão com os pais,
governara sua casa
piedosamente e dava testemunho com suas boas obras. Educara os filhos, dando-os
à luz tantas vezes quantas os via apartarem-se de ti.
E de nós, que nos
chamamos teus servos por liberalidade tua, nós que vivemos em comum na graça de
teu batismo, antes de adormecer em tua paz, ela cuidou de nós como se todos
fôssemos seus filhos, e de tal modo nos serviu como se fosse filha de cada um
de nós.
Salmo
18
R. A lei do Senhor Deus é perfeita, alegria ao coração
A lei do Senhor Deus é perfeita,
conforto para a alma!
O testemunho do Senhor é fiel,
sabedoria dos humildes. R.
É puro o temor do Senhor,
imutável para sempre.
Os julgamentos do Senhor são corretos
e justos igualmente. R.
E vosso servo, instruído por elas,
se empenha em guardá-las.
Mas quem pode perceber suas faltas?
Perdoai as que não vejo! R.
E preservai o vosso servo do orgulho:
não domine sobre mim!
E assim puro, eu serei preservado
dos delitos mais perversos. R.
A lei do Senhor Deus é perfeita,
conforto para a alma!
O testemunho do Senhor é fiel,
sabedoria dos humildes. R.
É puro o temor do Senhor,
imutável para sempre.
Os julgamentos do Senhor são corretos
e justos igualmente. R.
E vosso servo, instruído por elas,
se empenha em guardá-las.
Mas quem pode perceber suas faltas?
Perdoai as que não vejo! R.
E preservai o vosso servo do orgulho:
não domine sobre mim!
E assim puro, eu serei preservado
dos delitos mais perversos. R.
Oração Final
Concedei-nos Ó Deus a sabedoria e o amor que inspirastes à vossa filha
Santa Mônica, para que, seguindo seu exemplo de fidelidade, nos dediquemos ao
vosso serviço. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo.
Amem!
Oração
do Pai Nosso
Oração
da Ave Maria
Glória
ao Pai
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