quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Primeiro Dia do Tríduo de Santa Mônica

PRIMEIRO DIA

MÔNICA – DEUS LHE CONCEDE MUITOS DONS

SINAL DA CRUZ:
Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
Socorrei-me sem demora
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo
Como era no princípio, agora e sempre. Amem. Aleluia
  
HINO

Unânimes proclamem séculos e povos
Teu nome, Ó Mônica, é reconhecido,
O mundo inteiro em cantos sempre novos
Louve tua vida, teu exemplo oferecido.

Tu que pátria e cidade abandonaste
Por teu amor materno conduzida,
E as tormentas do mar desafiaste
E em pós do filho, por terra desconhecida.

Tuas lágrimas combatem a vaidade
Em que o filho se apoiava confiante:
Ó vencedora de heresias, na verdade,
Derrotas o erro e, com Cristo, sais triunfante.

À força de tuas lágrimas e preces,
Aquele duro coração dobrar pudeste
E convertê-lo ao grande Deus que reconheces
Depois do teu sofrer tu mereceste.

Vences no filho os rebeldes corações
De tantos inimigos da piedade:
Faze também que, em nosso tempo de ilusões,
Triunfe o Cristo para o bem da humanidade.

Realizada, ó mãe, em teu desejo antigo,
Já não procures à tua África voltar,
Ó santa mulher forte, os santos dão-te abrigo:
Apressa-te, pois no céu tens teu lugar.

Seja a honra ao Pai e ao Filho muito amado,
E também a vós que a Divindade partilhais,
Ó Santo Espírito, com ambos adorado,
Pelos séculos dos séculos eternais. Amém.


Responsório:
P: Não lhe desprezastes as lágrimas que, brotando-lhe dos olhos, regavam a terra por toda  parte em que orava, e vós ouvistes, Senhor.
T: Escutastes a voz do seu coração, ó Bondade onipotente, e vós a ouvistes, Senhor.


OREMOS:
Senhor nosso Deus, misericórdia dos que em vós esperam, que ornastes vossa serva Santa Mônica com o dom inestimável de reconciliar convosco seu marido e seus filhos, por meio da oração e do exemplo; concedei-nos ser, por meio de sua intercessão, mensageiros do vosso amor para conosco e conduzir para vós os corações dos nossos irmãos. Por Cristo, nosso Senhor, na unidade do Espírito Santo!  
Amém.

Confissões IX, 8

Mônica na Infância

Recebe minhas confissões e ações de graças, meu Deus, pelas inúmeras bondades que não menciono aqui. Mas não quero calar o que brota de minha alma a respeito desta tua serva, que me gerou na carne para a luz temporal, e no coração para a luz eterna. Não referirei suas qualidades, nem a si mesma se havia educado.

Foste tu quem a educaste, nem seu pai, nem sua mãe sabiam o que viriam a ser aquela a quem geraram. A disciplina de teu Cristo, a doutrina de teu Filho único educaram-na em teu temor em uma família fiel, digno membro de tua Igreja.

Nem ela mesma enaltecia o zelo da mãe em educá-la, quanto o de uma velha serva, que
carregara seu pai quando menino, como hoje as meninas maiores costumam carregar as
crianças, às costas.

Estas recordações, sua idade avançada e hábitos exemplares lhe asseguravam naquela
casa cristã o respeito de seus amos. Ela própria cuidava solicitamente das meninas que lhe haviam sido confiadas, ora repreendendo-as quando fosse o caso, com santa e enérgica severidade, ora instruindo-as com discreta prudência. Afora do horário em que tomavam uma sóbria refeição à mesa de seus pais, ainda que tivessem muita sede, nem água permitia que elas bebessem, precavendo com isso um mau costume. E acrescentava este sábio aviso: “Agora bebeis água, porque não tendes como beber vinho; mas quando estiverdes casadas, donas da despensa e da adega, deixareis a água, mas continuará o hábito de beber”.

E unindo assim o conselho à autoridade, refreava os apetites daquela tenra idade, e acostumava aquelas jovens à temperança, para que não tivesse desejo do que não lhes convinha.

No entanto – como tua serva me contou a mim, seu filho – insinuou-se nela certo gosto
pelo vinho. Julgando-a menina sóbria, seus pais a escolheram, como era costume, para tirar o vinho do tonel. Mergulhava a caneca pela parte superior do recipiente e, antes de passar o vinho para a garrafa, sorvia com a ponta dos lábios um pouquinho; era-lhe impossível beber mais, porque o vinho lhe repugnava. Não fazia isto movida pela inclinação à embriaguez, mas pela exuberância juvenil, que se manifestava em movimentos, em brincadeiras, e que na meninice costumam ser reprimidos pela autoridade severa dos mais velhos. Mas, acrescentando todos os dias uns goles àqueles goles – pois quem descuida das coisas pequenas pouco a pouco cai nas maiores – acostumou-se a esvaziar avidamente copos quase cheios de vinho puro.

Onde estava então a prudente anciã, e sua severa proibição? Mas que remédio curaria um
mal oculto se tua medicina, Senhor, não velasse sobre nós? Na ausência do pai, da mãe e das amas, estavas lá tu que nos criaste, que nos chamas, e que por meio dos que nos educam fazes o bem para a salvação das almas. Que fizeste então, meu Deus? Como a socorreste? Como a curaste? Fizeste sair de outra pessoa, segundo tuas secretas providências, um sarcasmo duro e pungente como ferro medicinal, para curar de um só golpe aquela gangrena.

A criada que costumava acompanhá-la à adega, discutindo com sua jovem senhora, como
às vezes acontece, estando as duas a sós, lançou-lhe em rosto sua intemperança, chamando-a insultuosamente de bêbada. Ferida por esse sarcasmo, a jovem reconheceu a fealdade daquele hábito, reprovou-o, e no mesmo instante o abandonou.
Assim como muitas vezes as lisonjas dos amigos nos pervertem, assim os insultos dos inimigos nos corrigem. Mas não é o bem que nos fazem por seu intermédio que retribuis, mas a intenção com que o fazem. Aquela criada zangada pretendia ofender sua jovem senhora, e não corrigi-la; e se o fez às escondidas foi só por força da circunstância do lugar e tempo, ou para que não viesse a sofrer por denunciar tão tarde o costume de sua senhora.

Mas, tu, Senhor, governador do céu e da terra, que desvias para teus desígnios as águas
da torrente e regulas o curso turbulento dos séculos, curaste a loucura de uma alma com a insânia de outra. Por isso ninguém, ao considerar o caso, atribua a seu poder pessoal o mérito de ter corrigido com suas palavras a alguém cuja emenda deseja conseguir.


Salmo 118(119)

Refrão: Quanto amo, Senhor, a vossa lei!

Senhor, eu disse: A minha herança
é cumprir as vossas palavras.
Para mim vale mais a lei da vossa boca
do que milhões em ouro e prata. R

Console-me a vossa bondade,
segundo a promessa feita ao vosso servo.
Desçam sobre mim as vossas misericórdias e viverei,
porque a vossa lei faz as minhas delícias. R

Por isso, eu amo os vossos mandamentos,
mais que o ouro, o ouro mais fino.
Por isso, eu sigo todos os vossos preceitos
e detesto todo o caminho da mentira. R

São admiráveis as vossas ordens,
por isso, a minha alma as observa.
A manifestação das vossas palavras ilumina
e dá inteligência aos simples. R

Oração Final:
Concedei-nos Ó Deus a sabedoria e o amor que inspirastes à vossa filha Santa Mônica, para que, seguindo seu exemplo de fidelidade, nos dediquemos ao vosso serviço. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Amem!

Oração do Pai Nosso

Oração da Ave Maria


Glória ao Pai

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