Ontem em Oviedo, na
Espanha, foi proclamado Beato o sacerdote Luís António Rosa Ormières. Tendo
vivido no século XIX, consumiu as suas tantas qualidades humanas e espirituais
ao serviço da educação, e por isso fundou a Congregação das Irmãs do Santo Anjo
da Guarda. O seu exemplo e a sua intercessão ajudem sobretudo quantos trabalham
na escola e no campo educativo.
Papa
Francisco – 23 de abril de 2017
O Padre Ormières
nasceu em 14 de julho de 1809 em Quillán, pequena cidade dos Pireneus franceses
do Departamento de Aude, em plena época pós-Revolução Francesa. Sua família era
profundamente cristã. Em casa recebeu com atenção e carinho os primeiros ensinamentos
que marcaram o seu caráter. Segundo o testemunho de parentes e amigos, herdou
do pai “um ânimo sincero e leal, uma grande inteligência” e uma natureza “muito
engenhosa e jovial, devido a qual encontrava sempre anedotas e brincadeiras
para que todos rissem”; e da mãe “uma fé profunda”, juntamente com uma formação
religiosa sólida e o gosto pela leitura.
Estudou no
Seminário de Carcassome. Logo seus Superiores descobriram nele uma decidida
vocação pedagógica, sendo então nomeado professor do Seminário Maior. Em 21 de
dezembro de 1833, aos 24 anos, recebeu a ordenação sacerdotal.
Padre Luís Ormières
não é erudito, nem um teórico. É um sacerdote sensível que conhece a realidade
de seu tempo, interpretando-a à luz do Evangelho. É um homem de ação e fiel,
mostrando-se sensível e obediente à inspiração celeste.
Sente o chamado
para cuidar da educação das crianças, carentes de cultura e de uma formação
cristã. Disto nasce todo o seu esforço, deixando-se ajudar por religiosas, que
ao seu lado entregam-se generosamente a esta missão. Como educador demonstra
esmerada dedicação à formação de crianças e jovens, sobretudo aos provenientes
do campo. Estava convencido de que onde estão pobres, lá deve estar a Igreja.
Foi um verdadeiro
perito em “humanidade”. Nele as ideias tornavam-se projetos. Fez da sua
inteligência um instrumento de apostolado, graças também a uma propensão
particular em perceber os aspetos essenciais das questões e a uma
disponibilidade especial para se ocupar das dificuldades dos outros. Era muito
sensível à amizade, porque a considerava parte de uma experiência essencial de
fé. Sempre colocou os interesses dos demais acima dos seus, mesmo com o risco
da própria vida, como demonstrou sua entrega aos afetados pela epidemias em
Camus (1838 e 1845).
Padre Luis Antonio
Rosa Ormières fez da escola o lugar privilegiado para ajudar cada indivíduo a
realizar-se segundo o dom recebido de Deus. Comprometido pessoalmente no campo
educativo, foi o fundador das religiosas do Santo Anjo da Guarda e seu lema
era: “Formar
verdadeiros discípulos de Cristo”. O sacerdote faleceu em 16 de janeiro
de 1890, pranteado pelas irmãs e pelas crianças que educava.
Foi beatificado na
Catedral de Oviedo, também na Espanha, pelo Cardeal Amato em 22 de abril de
2017. O milagre tomado em conta para sua beatificação aconteceu com a religiosa
Celina Sánchez no ano de 2001.
Celina pertencia as
Irmãs do Anjo da Guarda, e foi diagnosticada com câncer, sem esperança de
recuperação. Ela começou a clamar a intercessão de seu fundador e
milagrosamente foi curada.
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