O amor de Cristo
Bom Pastor encontrou uma expressão única na vida de Josefina Gabriella
Bonino, fundadora das Irmãs da Sagrada Família de Savigliano. Seu carisma
era de caridade familiar, aprendido e praticado sobretudo vivendo com os
pais até a idade adulta e depois seguindo o chamado do Senhor na vida
consagrada. Da família como Igreja doméstica para a comunidade religiosa
como uma família espiritual, a fim de resumir sua rota humilde, escondida, mas
portadora de um valor inestimável: o da família, um ambiente extraordinário de
amor nas coisas comuns.
Josefina Gabriella,
filha exemplar - ajudou seu pai e sua mãe até a morte - tornou-se mãe de
inúmeras meninas e moças sem família. Sua proposta de vida, prolongada no
Instituto, constitui uma mensagem muito atual para a nossa sociedade: todo homem que vem ao mundo tem fome de
amor e não de pão e tem direito a uma família e a comunidade cristã é chamada a
ir ao encontro das situações de necessidade que inevitavelmente surgem.
Papa
João Paulo II – Homilia de Beatificação – 07 de maio de 1995
A vocação religiosa
da Beata Josefina Gabriella Bonino foi uma feliz combinação da oração contemplativa
e do compromisso ativo na vinha do Senhor, entre as pessoas e para as pessoas.
Ela nasceu em
Savigliano, diocese de Turim, em 5 de setembro de 1843, em uma família rica e
profundamente religiosa. Na fonte batismal recebeu os nomes de Ana Maria
Madalena Josefina. Como costume na época, ela teve uma primeira educação em
casa. Por um privilégio especial, ela fez a Primeira Comunhão aos sete anos; no
ano seguinte recebeu a Crisma. Desde pequena foi muito devota de Nossa Senhora.
Em 1855, ela se
mudou com sua família para Turim por causa dos compromissos profissionais de
seu pai, que era médico, frequentou o ensino médio nas Irmãs de São José,
crescendo em sua vida interior; aos dezoito anos obteve permissão do seu
diretor espiritual para fazer um voto temporário de virgindade.
Aos 26 anos, ela
voltou para Savigliano. Por cinco anos ajudou amorosamente seu pai doente, até
sua morte. Enquanto isso, trabalhava cada vez mais nas atividades de sua
paróquia de São Pedro, tornando-se também reitora e presidente da Pia União das
Filhas de Maria local. A partir de 1875, estreitou fortes laços com o trabalho
de assistência realizado por Joana Colombo para as órfãs da cidade, trabalho
que era criticado pela “gente de bem” da sua terra natal.
Atraída pela
espiritualidade carmelita, ela ingressou na Ordem Terceira, fazendo a profissão
dois anos depois (19 de março de 1877, festa de São José). No ano anterior,
também se juntou à Ordem Terceira Franciscana da Penitência.
Atingida por uma
neoplasia na coluna vertebral, em 21 de maio de 1876 submeteu-se a uma dolorosa
cirurgia sem que produzisse efeito a anestesia aplicada. Sua cura foi
considerada uma proteção celestial de Maria e, em setembro de 1877, Josefina
foi a Lourdes com sua mãe para agradecer à Santíssima Virgem. Ali amadureceu a
decisão definitiva de consagrar-se ao Senhor no serviço do próximo. No final
desse ano, sua mãe também morreu. Ela continuou sua colaboração na Obra Colombo
e, por sugestão de seu diretor espiritual, o Cônego Luís Davicino, acrescentou
a ela um hospital e dedicou-o à Sagrada Família
Em 1880, ela se
retirou em um mosteiro para se preparar espiritualmente para sua fundação,
primeiro entre as Carmelitas de Moncalieri, depois nas Visitandinas de
Pinerolo. Embora ela ainda sentisse o desejo de entrar em uma clausura, ela
decidiu dar vida a uma nova família religiosa para ajudar os necessitados,
sejam eles órfãos, idosos, doentes ou meninas a serem instruídas. O modelo era
a Sagrada Família de Nazaré: humilde e trabalhadora.
Com a idade de
trinta e oito ela foi eleita Superiora e permaneceu no cargo até sua morte. Em
8 de setembro de 1887, festa da Natividade de Maria, obteve a aprovação
canônica diocesana do Instituto, e em 6 de outubro, com onze outras
companheiras, fez a profissão solene com o nome de Irmã Josefina Gabriella de
Jesus.
Nos anos seguintes,
empregou todas as suas energias e a herança herdada de seus pais na construção
da Casa Mãe em Savigliano, com uma igreja adjacente, e na formação das Irmãs.
Ela fundou outras cinco comunidades e em homenagem a Nossa Senhora queria que a
primeira fosse próxima do Santuário de Loreto. Por 25 vezes se hospedou ali
visitando diariamente a Santa Casa de Loreto.
Ela faleceu em
Savona, aos 62 anos, devido a uma pneumonia fulminante, em 8 de fevereiro de
1906. Seu corpo foi enterrado no cemitério de Savigliano, para depois ser
transferido para a igreja da Casa Mãe em 8 de abril de 1961.
Hoje sua obra, além
da Itália, pela ação de suas Irmãs vive também em terras missionárias (Camarões
e Brasil). Madre Josefina Gabriela foi beatificada por João Paulo II em 7 de
maio de 1995.
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