domingo, 24 de junho de 2018

24 de junho - Santa Guadalupe García Zavala


No Evangelho de hoje, Jesus reza ao Pai com as seguintes palavras: “Dei-lhes a conhecer o Teu nome e dá-lo-ei a conhecer para que o amor com que me amaste esteja neles e Eu esteja neles também” (Jo 17, 26). A fidelidade dos mártires até à morte e a proclamação do Evangelho a todos enraízam-se, encontram a sua raiz, no amor de Deus que foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo e no testemunho que devemos dar deste amor na nossa própria vida. Santa Guadalupe García Zavala sabia-o bem. 
Renunciando a uma vida cômoda — quantos danos causa a vida cômoda, o bem-estar! O aburguesamento do coração paralisa-nos — e renunciando a uma vida cômoda para seguir o chamado de Jesus, ensinava a amar a pobreza, para poder amar em maior medida os pobres e os enfermos. Madre Lupita ajoelhava-se no chão do hospital diante dos doentes, dos abandonados, para os servir com ternura e compaixão. E isto chama-se tocar a carne de Cristo. Os pobres, os abandonados, os enfermos e os marginalizados são a carne de Cristo. E Madre Lupita tocava a carne de Cristo, ensinando-nos este modo de agir: não nos devemos envergonhar, não devemos ter medo, não devemos sentir repugnância de tocar a carne de Cristo. 
Madre Lupita tinha entendido o que significa este tocar a carne de Cristo. Também hoje as suas filhas espirituais procuram refletir o amor de Deus nas obras de caridade, sem evitar sacrifícios e enfrentando-os com mansidão e constância apostólica, suportando com coragem qualquer obstáculo.

Esta nova santa mexicana convida-nos a amar como Jesus nos amou, e isto exige que não nos fechemos em nós mesmos, nos nossos problemas, nas nossas ideias, nos nossos interesses, neste pequeno mundo que nos causa tantos danos, mas que saiamos para ir ao encontro de quantos precisam de atenção, de compreensão e de ajuda, para lhes levar a proximidade calorosa do amor de Deus através de gestos concretos de delicadeza, de carinho sincero e de amor.
Papa Francisco – Homilia de Canonização – 12 de maio de 2013

Maria Guadalupe García Zavala, fundadora da Congregação Servas de Santa Margarida e dos Pobres, nasceu na localidade de Zapopan (México), no dia 27 de Abril de 1878.

Amável para com todos, ainda jovem Maria Guadalupe García Zavala sentiu a chamada do Senhor Jesus para se consagrar à vida religiosa, dedicando-se sobretudo aos enfermos e aos pobres. Ao tomar conhecimento disto, o seu diretor espiritual, Padre Cipriano Iñiguez, confessou-lhe que desejava fundar uma congregação religiosa para atender precisamente os enfermos e os pobres. Foi desta forma que ambos deram início à nova Congregação.

A partir dessa época, Maria dedicou-se inteiramente ao serviço dos doentes nos vários hospitais da região, com ternura e compaixão, sem jamais deixar de dedicar também um especial cuidado espiritual àqueles que sofriam no corpo.

Embora fosse de família relativamente rica, como Superiora-Geral da nascente Congregação (cargo este que desempenharia até ao termo da sua vida), adaptou-se com alegria e vivacidade a uma vida extremamente sóbria e, nos momentos de grande dificuldade financeira para a Congregação, acompanhada das suas Irmãs chegou a sair pelas ruas para pedir esmolas em vista de ajudar os doentes confiados aos seus cuidados.

No período de perseguição contra a Igreja católica no México, de maneira particular nos anos de 1926-1929, quando a repressão se tornou mais sanguinolenta, arriscou a sua vida oferecendo refúgio e ajuda a diversos presbíteros e até mesmo ao então Arcebispo de Guadalajara, Dom Francisco Orozco y Jiménez.

Foi amada tanto pelos pobres como pelos ricos e, durante a sua vida inteira, deu um grandioso exemplo de fidelidade à Igreja. Quando faleceu, no dia 24 de Junho de 1963, já gozava de uma sólida fama de santidade. Durante a sua vida erigiram-se 11 fundações no México e, depois da sua morte, a Congregação continuou a aumentar, a tal ponto que conta com 22 fundações, espalhadas tanto na sua terra natal como também no Peru, na Islândia, na Grécia e na Itália.

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