segunda-feira, 11 de junho de 2018

11 de junho - Beato Inácio Maloyan

Dom Inácio Maloyan, mártir aos 46 anos de idade, recorda-nos o combate espiritual de todos os cristãos, cuja fé é exposta aos ataques do mal. Era da Eucaristia que ele hauria, todos os dias, a força necessária para cumprir com generosidade e paixão o seu ministério sacerdotal, consagrando-se à pregação, à pastoral dos sacramentos e ao serviço dos mais pobres. Ao longo da sua existência, viveu plenamente a palavra de São Paulo: "Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, amor e sabedoria" (2 Tm 1, 7). Diante dos perigos da perseguição, o Beato Inácio não aceita qualquer compromisso, enquanto declara àqueles que lhe fazem pressão:

"Deus não quer que eu renegue Cristo, meu Salvador. O desejo mais forte do meu coração é derramar o meu sangue em favor da minha fé!". 
O seu exemplo ilumine hoje todas as pessoas que querem ser verdadeiras testemunhas do Evangelho, para a glória de Deus e para a salvação dos seus irmãos!

Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação

Choukrallah Maloyan nasceu em Mardin, atualmente, Turquia, no dia 19 de Abril de 1869, filho de pais cristãos piedosos. Desde criança, dedicava-se a oração, a caridade e a penitência. Recebeu boa formação acadêmica e religiosa, sendo fluente nas línguas árabe e turca. Descobrindo a sua inegável vocação para o sacerdócio, em 1883 o arcebispo da comunidade armênio-católica enviou-o para estudar a religião no Líbano.

Estudos que foram interrompidos por cinco anos, quando voltou para cuidar da saúde na sua cidade natal. No ano de 1901, já curado, retomou os estudos de filosofia e teologia no Líbano. Tornou-se membro do Instituto do Clero Patriarcal de Bzommar e, em 1896, recebeu a ordenação sacerdotal, tomando o nome de Inácio, a exemplo do seu santo de devoção.
Logo foi nomeado pregador dos sacerdotes e seminaristas do Convento de Bzommar e depois enviado para o apostolado no Egito. Em seguida, em Istambul, Turquia, foi eleito secretário-geral do patriarca, e agraciado com o título de arcipreste. Depois de alguns anos no Egito, regressou a Mardin, onde continuou o seu abnegado trabalho e, por isso, foi nomeado administrador dos assuntos temporais e espirituais dessa eparquia, uma vez que o bispo tinha renunciado ao posto.
Em 1911, viajou para Roma como secretário-geral do sínodo dos bispos armênio-católicos. No mesmo ano, foi nomeado bispo de Mardin, uma das eparquias armênio-católicas mais importantes.

Nessa Sede desempenhou um ministério exemplar, melhorando o nível educativo, cultural e religioso das escolas da comunidade armênia, e difundiu um espírito de grande piedade. Propagou em todas as paróquias de sua diocese o amor e a devoção ao Santíssimo Sacramento, ao Sagrado Coração e à Santíssima Virgem Maria.

O seu patriotismo não passou despercebido ao sultão do Império Otomano, que o condecorou com a Legião de Honra. Durante a guerra, os soldados turcos invadiram as igrejas, semearam o terror, aprisionaram e torturam pessoas inocentes, provocando o vigoroso protesto do bispo Maloyan, que exortava os seus sacerdotes a rezar pedindo a proteção de Deus.

Preso de maneira arbitrária quando o governo decidiu acabar com os cristãos na Turquia, foi induzido a professar a fé do islão, mas respondeu energicamente: "Nunca renegarei Cristo, nem os ensinamentos da Igreja Católica, à sombra da qual cresci e da qual, sem ser digno, fui um dos seus ardorosos discípulos", provocando a fúria dos presentes.

Na noite de 9 de junho, o encontro com sua mãe idosa acontece na cela, ele recebe a absolvição de outro padre preso com ele, e dois dias depois ele está alinhado com outros 1600 cristãos para serem enviados para trabalhos forçados. Ninguém chegará ao seu destino, porque em pequenos grupos todos serão mortos. Para o bispo Inácio, depois da enésima oferta de liberdade em troca da conversão ao Islã, eles lhe dão um forte golpe na nuca, que tentarão disfarçar de "embolia coronária": é 11 de junho, festa do Sagrado Coração, e ele tinha apenas 46 anos, a provação dos armênios continuará e, um mês depois, sua mãe e um irmão também serão massacrados pela fé.
O papa João Paulo II beatificou Inácio Maloyan em 07 de outubro de 2001, e indicou o dia de sua morte para a sua veneração litúrgica.

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