Cheia de valores,
filha, esposa, e mãe de um rei, viveu durante o a Idade Média na França e
chegou ao caminho da santidade através da conversão de seu marido.
A vida desta
Santa esteve rodeada de uma série de tragédias e assassinatos, mas sua missão
foi conseguir a conversão do rei consorte e do povo inteiro.
Clotilde nasceu em
Lyon, no ano 475. Enquanto que o Império Romano caía no Ocidente e a Galia
romana se dividia em diversos reinos Bárbaros. Era a filha de Chilperico II,
rei de Burgundi, um grupo germânico situado entre a Rena e o Rodano, de
religião ariana.
Sua infância esteve
marcada por constantes violências e lutas fratricidas entre os tios e seu pai,
a quem seu próprio irmão lhe cortou a cabeça no ano 486. Sua mãe foi jogada à
água com uma grande pedra amarrada no pescoço. Duas desventuras que marcaram a
jovem Clotilde.
Órfã de pai e mãe
foi exilada em Genebra junto com a sua irmã Crona, morando na casa de seu tio
Godegiselo. Ali as duas irmãs se converteram ao catolicismo e se ofereceram à
oração. A fama de seus dotes morais e sua beleza chegou às cortes reais, e
Clodoveo, o jovem rei dos Francos pediu Clotilde em casamento. Sua irmã se
tornou religiosa.
No palácio
do rei franco instalou-se um oratório católico, onde diariamente se ofereciam
os Sagrados
Mistérios, aos quais a Santa assistia com singular devoção.
Clodoveo era pagão mas ficou cativado pela convicção com que Clotilde falava de
sua religião. Um ano após o casamento, Clotilde deu à luz um herdeiro, e
obteve de Clóvis licença para batizá-lo. Poucos dias depois, o pequeno
inocente foi para o Céu. O rei, irado, alegou que se ele tivesse sido
consagrado aos seus deuses, não teria morrido. A rainha protestou com
firmeza dizendo que se alegrava pelo fato de Deus os ter julgado dignos de que um
fruto de seu matrimônio entrasse no Céu. E que, em vez de entristecer-se, eles
deveriam rejubilar-se. Isso aplacou o rei.
No ano seguinte,
Clotilde deu à luz outro menino que, apenas batizado, correu perigo de
vida. A rainha lançou-se aos pés do altar e, por suas súplicas e lágrimas - que
visavam mais a conversão do marido do que evitar essa segunda morte - obteve de
Deus que ele se restabelecesse.
Em 496 o rei tinha
que lutar uma importante batalha contra os alemães, em Tolbiaco, perto de
Colônia. Durante a batalha, confiou a vitória à ajuda de Cristo e prometeu a
conversão dizendo: “Ó Jesus Cristo, Deus de Clotilde. Se
me concederdes vencer esses inimigos, eu crerei em Vós e serei batizado em
vosso nome”.
O rei manteve sua
promessa, e no dia de Natal do ano 496, Clóvis, com três mil de seus mais
valentes guerreiros, ingressaram pelo batismo na milícia do Deus de Clotilde.
Receberam-no igualmente suas duas irmãs e seu filho bastardo, Thierry. Ao
entrar o rei dos francos com o Bispo de Reims no batistério, disse-lhe este as
palavras que se tornaram famosas: “Curva a cabeça, altivo Sicambro;
adora o que queimaste e queima o que adoraste”.
Após o batismo, a
nação francesa professou a religião católica.
Clotilde também
teve que passar por algumas provações. Sua filha morreu nas mãos do marido que
a maltratava, e seu filho foi também assassinado, de maneira que teve que
ocupar-se também de seus netos e suportando o peso da luta pela coroa.
Depois da morte de
seu marido, viveu como religiosa, e desiludida por tantas guerras entre os
sucessores de seu marido, retirou-se a Tours para dedicar-se à oração e às boas
obras, especialmente em ajuda dos pobres, doentes e afligidos.
Seus dois filhos
Clotario I e Childeberto I declararam guerra entre eles e quando os dois
exércitos estavam preparados para a batalha, Clotilde se dedicou a rezar
fervorosamente pela paz entre eles. Passou toda uma noite em oração pedindo
pela reconciliação dos dois irmãos e aconteceu que começou então uma tormenta tão
espantosa que os dois exércitos tiveram que afastar-se antes de receber a ordem
de ataque.
Os dois combatentes
assinaram a paz e foram visitar sua Santa mãe para prometer que se tratariam
como bons irmãos e não como inimigos.
Santa Clotilde
morreu em Tours em 3 de junho de 545, e seus restos foram transladados a Paris.
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