domingo, 3 de junho de 2018

03 de junho - Santa Clotilde

Cheia de valores, filha, esposa, e mãe de um rei, viveu durante o a Idade Média na França e chegou ao caminho da santidade através da conversão de seu marido.

A vida desta Santa esteve rodeada de uma série de tragédias e assassinatos, mas sua missão foi conseguir a conversão do rei consorte e do povo inteiro.

Clotilde nasceu em Lyon, no ano 475. Enquanto que o Império Romano caía no Ocidente e a Galia romana se dividia em diversos reinos Bárbaros. Era a filha de Chilperico II, rei de Burgundi, um grupo germânico situado entre a Rena e o Rodano, de religião ariana.

Sua infância esteve marcada por constantes violências e lutas fratricidas entre os tios e seu pai, a quem seu próprio irmão lhe cortou a cabeça no ano 486. Sua mãe foi jogada à água com uma grande pedra amarrada no pescoço. Duas desventuras que marcaram a jovem Clotilde.

Órfã de pai e mãe foi exilada em Genebra junto com a sua irmã Crona, morando na casa de seu tio Godegiselo. Ali as duas irmãs se converteram ao catolicismo e se ofereceram à oração. A fama de seus dotes morais e sua beleza chegou às cortes reais, e Clodoveo, o jovem rei dos Francos pediu Clotilde em casamento. Sua irmã se tornou religiosa.

No palácio do rei franco instalou-se um oratório católico, onde diariamente se ofereciam os Sagrados Mistérios, aos quais a Santa assistia com singular devoção. Clodoveo era pagão mas ficou cativado pela convicção com que Clotilde falava de sua religião. Um ano após o casamento, Clotilde deu à luz um herdeiro, e obteve de Clóvis licença para batizá-lo. Poucos dias depois, o pequeno inocente foi para o Céu. O rei, irado, alegou que se ele tivesse sido consagrado aos seus deuses, não teria morrido. A rainha protestou com firmeza dizendo que se alegrava pelo fato de Deus os ter julgado dignos de que um fruto de seu matrimônio entrasse no Céu. E que, em vez de entristecer-se, eles deveriam rejubilar-se. Isso aplacou o rei.

No ano seguinte, Clotilde deu à luz outro menino que, apenas batizado, correu perigo de vida. A rainha lançou-se aos pés do altar e, por suas súplicas e lágrimas - que visavam mais a conversão do marido do que evitar essa segunda morte - obteve de Deus que ele se restabelecesse.

Em 496 o rei tinha que lutar uma importante batalha contra os alemães, em Tolbiaco, perto de Colônia. Durante a batalha, confiou a vitória à ajuda de Cristo e prometeu a conversão dizendo: “Ó Jesus Cristo, Deus de Clotilde. Se me concederdes vencer esses inimigos, eu crerei em Vós e serei batizado em vosso nome”.
O rei manteve sua promessa, e no dia de Natal do ano 496, Clóvis, com três mil de seus mais valentes guerreiros, ingressaram pelo batismo na milícia do Deus de Clotilde. Receberam-no igualmente suas duas irmãs e seu filho bastardo, Thierry. Ao entrar o rei dos francos com o Bispo de Reims no batistério, disse-lhe este as palavras que se tornaram famosas: “Curva a cabeça, altivo Sicambro; adora o que queimaste e queima o que adoraste”.
Após o batismo, a nação francesa professou a religião católica.

Clotilde também teve que passar por algumas provações. Sua filha morreu nas mãos do marido que a maltratava, e seu filho foi também assassinado, de maneira que teve que ocupar-se também de seus netos e suportando o peso da luta pela coroa.
Depois da morte de seu marido, viveu como religiosa, e desiludida por tantas guerras entre os sucessores de seu marido, retirou-se a Tours para dedicar-se à oração e às boas obras, especialmente em ajuda dos pobres, doentes e afligidos.

Seus dois filhos Clotario I e Childeberto I declararam guerra entre eles e quando os dois exércitos estavam preparados para a batalha, Clotilde se dedicou a rezar fervorosamente pela paz entre eles. Passou toda uma noite em oração pedindo pela reconciliação dos dois irmãos e aconteceu que começou então uma tormenta tão espantosa que os dois exércitos tiveram que afastar-se antes de receber a ordem de ataque.

Os dois combatentes assinaram a paz e foram visitar sua Santa mãe para prometer que se tratariam como bons irmãos e não como inimigos.
Santa Clotilde morreu em Tours em 3 de junho de 545, e seus restos foram transladados a Paris.

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