segunda-feira, 15 de abril de 2019

15 de abril - Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde morava Lázaro, que ele havia ressuscitado dos mortos. Jo 12,1


Entramos ontem, com o Domingo de Ramos, na Semana Santa, e a Liturgia faz-nos reviver os últimos dias da vida terrena do Senhor Jesus. Hoje leva-nos a Betânia, onde, precisamente seis dias antes da Páscoa, Lázaro, Marta e Maria ofereceram uma ceia ao Mestre. A narração evangélica confere um clima pascal intenso para a nossa meditação: a ceia de Betânia é prelúdio para a morte de Jesus, no sinal da unção que Maria fez em homenagem ao Mestre e que Ele aceitou em previsão da sua sepultura.

Mas é também anúncio da ressurreição, mediante a própria presença de Lázaro, testemunha eloquente do poder de Cristo sobre a morte. Além da plenitude do significado pascal, a narração da ceia de Betânia tem em si uma ressonância pungente, repleta de afeto e devoção; um misto de alegria e de sofrimento: alegria jubilosa pela visita de Jesus e dos seus discípulos, pela ressurreição de Lázaro, pela Páscoa já próxima; profunda amargura porque aquela Páscoa podia ser a última, como faziam temer as conspirações dos Judeus que desejavam a morte de Jesus e as ameaças contra o próprio Lázaro do qual se projetava a eliminação.

Há um gesto para o qual é chamada a nossa atenção, e que ainda hoje fala de modo singular aos nossos corações: Maria de Betânia a um certo ponto, tomando uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, ungiu os pés de Jesus. Trata-se de um daqueles pormenores da vida de Jesus que São João recolheu na memória do seu coração e que contém uma inexaurível carga expressiva. Ele fala do amor a Cristo, um amor superabundante, magnânimo, como aquele perfume "muito precioso" derramado sobre os seus pés. Um acontecimento que escandalizou sintomaticamente Judas Iscariotes: a lógica do amor confronta-se com a do proveito.

 Papa Bento XVI – 02 de abril de 2007

Hoje celebramos:

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