Queridos amigos, diz
o Senhor: “Eu sou a luz do mundo; vós
sois a luz do mundo”. É uma coisa misteriosa e magnífica que Jesus tenha
dito de Si próprio e de cada um de nós a mesma coisa, ou seja, que somos luz.
Se
acreditarmos que Ele é o Filho de Deus que curou os doentes e ressuscitou os
mortos, antes, que Ele mesmo ressuscitou do sepulcro e está verdadeiramente
vivo, então compreenderemos que Ele é a luz, a fonte de todas as luzes deste
mundo. Nós, ao contrário, não cessamos de
experimentar a falência dos nossos esforços e o erro pessoal, apesar das
melhores intenções. Ao que parece, não obstante o seu progresso técnico, o
mundo onde vivemos, em última análise, não se tem tornado melhor. Existem ainda
guerras, terror, fome e doença, pobreza extrema e desalmada repressão.
Neste ponto, não
devemos calar o fato de que o mal existe. Vemo-lo em tantos lugares deste
mundo; mas vemo-lo também – e isto assusta-nos – na nossa própria vida. Sim, no
nosso próprio coração, existe a inclinação para o mal, o egoísmo, a inveja, a
agressividade. Com uma certa autodisciplina, talvez isto se possa, em certa
medida, controlar. Caso diverso e mais difícil se passa com formas de mal mais
escondido, que podem envolver-nos como um nevoeiro indefinido, tais como a
preguiça, a lentidão no querer e no praticar o bem.
Repetidamente, ao longo da história, pessoas atentas
fizeram notar que o dano para a Igreja não vem dos seus adversários, mas dos
cristãos tíbios. Então como pode Cristo dizer que os cristãos –
sem ter excluído os cristãos fracos e frequentemente tão tíbios –são a luz do
mundo? Compreenderíamos talvez que Ele tivesse gritado: Convertei-vos! Sede a
luz do mundo! Mudai a vossa vida, tornai-a clara e resplandecente!
Não será caso de
ficar maravilhados ao vermos que o Senhor não nos dirige um apelo, mas diz que
somos a luz do mundo, que somos luminosos, que resplandecemos na escuridão?
Papa
Bento XVI – 24 de setembro de 2011
Hoje celebramos:
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