domingo, 14 de abril de 2019

14 de abril - Domingo de Ramos da Paixão do Senhor


Hoje entramos na ‘grande Semana’, fazendo memória dos últimos acontecimentos da vida de Jesus. Os textos litúrgicos dão a este Domingo dois títulos: de Ramos e da Paixão. Nisso, se reflete a história que deu origem aos ritos e se destacam duas dimensões não só da Semana Santa, mas da fé: a Realeza de Cristo e seu sofrimento. São os dois componentes do Mistério pascal: a paixão e morte, e a exaltação messiânica do Senhor.

Os dois ritos têm origem nas Igrejas de Jerusalém e de Roma. Desde o IV século, a Igreja de Jerusalém recordava a entrada triunfal de Jesus na cidade santa realizada segundo a profecia de Zacarias: “Agora o teu rei está chegando, justo e vitorioso. Ele é pobre, vem montando num jumento” (Zc 9,9).

O título “da Paixão” dado também a este domingo, vem da Igreja de Roma que, neste dia, focalizava a memória da Paixão do Senhor. Orações e leituras mantêm este trato e a leitura do Evangelho da Paixão é o momento mais significativo da liturgia deste domingo.

Não sabemos ao certo quando as duas diferentes tradições litúrgicas se uniram, mas foram acolhidas reciprocamente pelas duas grandes Igrejas e suas tradições litúrgicas. Com certeza, já na primeira metade do século VII, na Espanha, isso acontecia, como testemunha santo Isidoro de Sevilha.
A procissão de ramos, ao longo dos séculos e nas diferentes tradições litúrgicas, recebeu sempre mais solenidade e participação popular.

Todas as orações da missa deste domingo (Oração de Coleta, Sobre as Oferendas, depois da Comunhão e o Prefácio) destacam e unem o mistério da morte com o evento da ressurreição, como no prefácio que diz: “Sua morte apagou nossos pecados, sua ressurreição nos trouxe vida nova”. Ou ainda como escreveu Paulo na II leitura da carta aos Filipenses: “De fato, o Pai, ‘exaltou’ (ressuscitou) o Filho Jesus Cristo, e agora ‘toda língua’ proclame que Ele é ‘o Senhor’.

“Iluminados e orientados pela espiritualidade da liturgia, vivamos a Semana Santa neste equilíbrio entre morte e vida, sacrifício e solidariedade, empenho e esperança, sofrimento e amor. Cientes de que a morte de Jesus é expressão de seu grande amor, e que a ressurreição é a luz que se irradia em todos os dias não só da Semana, mas de toda a nossa vida”.

Dom Armando Bucciol - Presidente da Comissão para a Liturgia

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