Jesus revela-Se como
o Filho de Deus Pai, o Salvador, o único que pode mostrar a verdade e dar a
verdadeira liberdade. Mas o seu ensinamento gera resistência e inquietação
entre os seus interlocutores, e Ele acusa-os de procurarem a sua morte,
aludindo ao supremo sacrifício da Cruz, já próximo. Ainda assim, exorta-os a
acreditar, a permanecer na sua Palavra para conhecerem a verdade que redime e
dignifica.
Com efeito, a verdade
é um anseio do ser humano, e procurá-la supõe sempre um exercício de liberdade
autêntica. Muitos, todavia, preferem os atalhos e procuram evitar essa tarefa.
Alguns, como Pôncio Pilatos, ironizam sobre a possibilidade de conhecer a
verdade, proclamando a incapacidade do homem de alcançá-la ou negando que
exista uma verdade para todos. Esta atitude produz uma transformação no
coração, tornando as pessoas frias, vacilantes, distantes dos demais e fechadas
em si mesmas. São pessoas que lavam as mãos, como o governador romano, e deixam
correr o rio da história sem se comprometer.
Entretanto há outros
que interpretam mal esta busca da verdade, levando-os à irracionalidade e ao
fanatismo, pelo que se fecham na sua verdade e tentam impô-la aos outros. São
como aqueles legalistas obcecados que, ao verem Jesus ferido e ensanguentado,
exclamam enfurecidos: Crucifica-o! Na realidade, quem age irracionalmente não
pode chegar a ser discípulo de Jesus. Fé e razão são necessárias e
complementares na busca da verdade.
Deus criou o homem
com uma vocação inata para a verdade e, por isso, dotou-o de razão. Certamente
não é a irracionalidade que promove a fé cristã, mas a ânsia da verdade. Todo o
ser humano deve perscrutar a verdade e optar por ela quando a encontra, mesmo
correndo o risco de enfrentar sacrifícios.
Papa
Bento XVI – 28 de março de 2012
Hoje celebramos:
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