Depois das Bem-Aventuranças,
que são o seu programa de vida, Jesus proclama a nova Lei, a sua Tora, como
lhe chamam os nossos irmãos judeus. Com efeito, com a sua vinda o Messias devia
trazer também a revelação definitiva da Lei, e é precisamente isto que Jesus
declara: Não julgueis que vim abolir a Lei ou os Profetas. Não vim para os
abolir, mas sim para os levar à perfeição. E, dirigindo-se aos seus
discípulos, acrescenta: Se a vossa justiça não for maior que a dos escribas e
fariseus, não entrareis no Reino dos Céus. Em que consiste esta plenitude da
Lei de Cristo, esta justiça superior que Ele exige?
A novidade de Jesus
consiste, essencialmente, no fato de que Ele mesmo completa os mandamentos com
o amor de Deus, com a força do Espírito Santo que habita nele. E nós, através
da fé em Cristo, podemos abrir-nos à obra do Espírito Santo, que nos torna
capazes de viver o amor divino. Por isso, cada preceito se torna verdadeiro,
como exigência de amor, e todos convergem num único mandamento: ama a Deus com
todo o coração, e ao teu próximo como a ti mesmo.
A caridade é o pleno
cumprimento da lei, escreve são Paulo. Diante desta exigência, por exemplo, o
piedoso caso das quatro crianças ciganas, mortas na semana passada na periferia
desta cidade, na sua barraca queimada, impõe que nos perguntemos: se fôssemos uma
sociedade mais solidária e fraterna, mais coerente no amor, ou seja mais
cristã, não terámos evitado este trágico fato?
E esta pergunta vale para
muitos outros acontecimentos dolorosos, mais ou menos conhecidos, que se
verificam diariamente nas nossas cidades e nos nossos povoados.
Papa Bento XVI – 13 de fevereiro de 2011
Hoje celebramos:
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