Recordo quando o Papa
João Paulo II deu início ao seu ministério aqui na Praça de São Pedro. Ainda, e
continuamente, ressoam aos meus ouvidos as suas palavras de então: "Não
tenhais medo, abri de par em par as portas a Cristo!"
O Papa dirigia-se aos
fortes, aos poderosos do mundo, os quais tinham medo que Cristo pudesse tirar
algo ao seu poder, se o tivessem deixado entrar e concedido a liberdade à fé.
Sim, ele ter-lhes-ia certamente tirado algo: o domínio da corrupção, da
perturbação do direito, do arbítrio. Mas não teria tirado nada do que pertence
à liberdade do homem, à sua dignidade, à edificação de uma sociedade justa.
O Papa falava também
a todos os homens, sobretudo aos jovens. Porventura não temos todos nós, de um
modo ou de outro, medo, se deixarmos entrar Cristo totalmente dentro de nós, se
nos abrirmos completamente a Ele, medo de que Ele possa tirar-nos algo da nossa
vida? Não temos porventura medo de renunciar a algo de grandioso, único, que
torna a vida tão bela? Não arriscamos depois de nos encontrarmos na angústia e
privados da liberdade?
E mais uma vez o Papa
queria dizer: não! Quem faz entrar Cristo, nada perde, nada absolutamente nada
daquilo que torna a vida livre, bela e grande. Não!
Só nesta amizade se
abrem de par em par as portas da vida. Só nesta amizade se abrem realmente as
grandes potencialidades da condição humana. Só nesta amizade experimentámos o
que é belo e o que liberta.
Assim, eu gostaria
com grande força e convicção, partindo da experiência de uma longa vida
pessoal, de vos dizer hoje, queridos jovens: não tenhais medo de Cristo! Ele
não tira nada, ele dá tudo. Quem se doa por Ele, recebe o cêntuplo. Sim,
abri de par em par as portas a Cristo e encontrareis a vida verdadeira.
Papa Bento XVI – 24
de abril de 2005
Hoje celebramos:
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