O Evangelho de hoje
termina com uma admoestação de Jesus, particularmente severa, dirigida aos
chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: “O reino de Deus ser-vos-á tirado
e será confiado a um povo que produzirá os seus frutos”.
São palavras que
fazem pensar na grande responsabilidade de quem, em todas as épocas, é chamado
a trabalhar na vinha do Senhor, especialmente com uma função de autoridade, e
estimulam a renovar a fidelidade total a Cristo. Ele é a pedra que os construtores rejeitaram, porque o julgaram inimigo
da lei e perigoso para a ordem pública; mas Ele mesmo, rejeitado e crucificado,
ressuscitou, tornou-se a pedra angular
sobre a qual se podem apoiar com segurança absoluta as bases de qualquer
existência humana e do mundo inteiro.
Desta verdade fala a
parábola dos vinhateiros infiéis, aos quais um homem confiou a sua vinha, para
que a cultivassem e recolhessem os frutos. O proprietário da vinha representa o
próprio Deus, enquanto que a vinha simboliza o seu povo, assim como a vida que
Ele nos doa para que, com a sua graça e com o nosso compromisso, pratiquemos o
bem. Santo Agostinho comenta que Deus
nos cultiva como um campo para nos tornar melhores. Deus tem um projeto
para os seus amigos, mas infelizmente a resposta do homem orienta-se com
frequência para a infidelidade, que se traduz em rejeição. O orgulho e o
egoísmo impedem que se reconheça e acolha até o dom mais precioso de Deus: o
seu Filho unigênito.
Com efeito, quando «hes
enviou o seu próprio filho — escreve o evangelista — [os vinhateiros]
agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e mataram-no. Deus entrega-se a si mesmo
nas nossas mãos, aceita fazer-se mistério imperscrutável de debilidade e manifesta
a sua onipotência na fidelidade a um desígnio de amor que, no final, prevê,
contudo, também a justa punição para os malvados.
Firmemente ancorados
na fé à pedra angular que é Cristo, permaneçamos n’Ele como o ramo que não pode
dar fruto sozinho se não permanecer na videira. Só n’Ele, por Ele e com Ele se
edifica a Igreja, povo da nova Aliança.
Papa
Bento XVI – 02 de outubro de 2011
Hoje celebramos:
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