Celebramos hoje a
solenidade da Anunciação da Bem-Aventurada Virgem Maria. Gostaria de me deter
sobre este maravilhoso mistério da fé, que contemplamos todos os dias na
recitação do Angelus. A Anunciação, narrada no início do Evangelho de São
Lucas, é um acontecimento humilde, escondido ninguém o viu, ninguém o conheceu,
a não ser Maria, mas ao mesmo tempo decisivo para a história da humanidade.
Quando a Virgem
pronunciou o seu "sim" ao anúncio do Anjo, Jesus foi concebido e com
Ele iniciou a nova era da história, que teria sido depois sancionada na Páscoa
como "nova e eterna Aliança". Na realidade, o "sim" de
Maria é o reflexo perfeito daquele próprio Cristo quando entrou no mundo, como interretamos
o Salmo 39: "Eis que venho como está escrito de Mim no Livro para fazer, ó
Deus, a Tua vontade". A obediência do Filho reflete-se na obediência da
Mãe e assim, mediante o encontro destes dois "sins", Deus pôde
assumir um rosto humano. Eis por que a Anunciação é também festa cristológica,
porque celebra um mistério central de Cristo: a sua Encarnação.
"Eis a escrava
do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra". A resposta de Maria ao
Anjo prolonga-se na Igreja, chamada a tornar presente Cristo na história,
oferecendo a própria disponibilidade para que Deus possa continuar a visitar a
humanidade com a sua misericórdia. O "sim" de Jesus e de Maria
renova-se assim no "sim" dos santos, especialmente dos mártires, que
são mortos por causa do Evangelho.
Neste tempo quaresmal
contemplamos com mais frequência Nossa Senhora que no Calvário sela o
"sim" pronunciado em Nazaré. Unida a Jesus, a Testemunha de amor do
Pai, Maria viveu o martírio da alma. Invoquemos com confiança a sua
intercessão, para que a Igreja, fiel à sua missão, dê ao mundo inteiro
testemunho corajoso do amor de Deus.
Papa
Bento XVI – 25 de março de 2007
Hoje celebramos:
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