domingo, 25 de novembro de 2018

25 de novembro - Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo


Neste último domingo do ano litúrgico, celebramos a solenidade de Cristo Rei do universo. E o Evangelho de hoje leva-nos a contemplar Jesus que se apresenta a Pilatos como Rei de um reino que não é deste mundo. Isto não significa que Cristo é Rei de outro mundo, mas que é Rei de outro modo, e no entanto é Rei neste mundo. Trata-se de um contraste entre duas lógicas. A lógica mundana está assentada sobre a ambição, sobre a competição, combate com as armas do medo, da chantagem e da manipulação das consciências. A lógica do Evangelho, ou seja a lógica de Jesus, ao contrário, exprime-se na humildade e na gratuidade, afirma-se silenciosa mas eficazmente, com a força da verdade. Às vezes, os reinos deste mundo baseiam-se em prepotências, rivalidades e opressões; o reino de Cristo é um reino de justiça, de amor e de paz.

Quando se revelou Jesus como Rei? No evento da Cruz! Quem contempla a Cruz de Cristo não pode deixar de ver a surpreendente gratuidade do amor. Um de vós pode dizer: Mas Padre, isto foi um fracasso! É precisamente na falência do pecado — o pecado é um fracasso — na falência das ambições humanas que há o triunfo da Cruz, a gratuidade do amor. No fracasso da Cruz vê-se o amor, o amor que é gratuito, que Jesus nos oferece. Para o cristão, falar de poder e de força significa fazer referência ao poder da Cruz e à força do amor de Jesus: um amor que permanece firme e íntegro, inclusive diante da rejeição, e que se manifesta como o cumprimento de uma vida dedicada na oferta total de si a favor da humanidade.

No Calvário zombam de Jesus crucificado, e lançam o desafio: Salva-te a ti mesmo, desce da Cruz! No entanto, paradoxalmente, a verdade de Jesus é aquela que, em tom de escárnio, lhe lançam os seus adversários: Não consegue salvar-se a si mesmo! Se Jesus tivesse descido da Cruz, teria cedido à tentação do príncipe deste mundo; ao contrário, Ele não pode salvar-se a si mesmo precisamente para poder salvar os outros, porque entregou a sua vida por nós, por cada um de nós.
Dizer: Jesus deu a sua vida pelo mundo é verdade, mas é mais bonito afirmar: Jesus deu a sua vida por mim!

E quem compreendeu isto? Quem o entendeu bem foi um dos malfeitores crucificados juntamente com Ele, chamado o bom ladrão, que o suplica: Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino!
Mas ele era um malfeitor, um corrupto e fora condenado à morte precisamente por todas as brutalidades que tinha cometido durante a sua vida. No entanto, na atitude de Jesus, na mansidão de Jesus, ele viu o amor. Esta é a força do reino de Cristo: é o amor. Por isso, a realeza de Jesus não nos oprime, mas liberta-nos das nossas debilidades e misérias, encorajando-nos a percorrer os caminhos do bem, da reconciliação e do perdão.

Contemplemos a Cruz de Jesus, olhemos para o bom ladrão e repitamos todos juntos aquilo que o bom ladrão disse: Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino!

Diante das numerosas lacerações no mundo e das demasiadas feridas na carne dos homens, peçamos à Virgem Maria que nos ampare no nosso compromisso de imitar Jesus, nosso Rei, tornando presente o seu reino com gestos de ternura, de compreensão e de misericórdia.

Papa Francisco – 22 de novembro de 2015


Nenhum comentário:

Postar um comentário