“Humildade: esta é
a virtude que a Beata Maria Fortunata personifica. Esta insignificância é a sua
grandeza. Somos lembrados do Magnificat, e isso por si só fala o grau de Maria
Fortunata de autenticidade cristã e a profundidade de sua perfeição espiritual.
A humildade é a sua mensagem”, palavras do Papa
Paulo VI na missa de beatificação em 08 de outubro de 1967.
Maria Fortunata
nasceu em Veroli na Itália no dia 10 de fevereiro de 1827. Batizada com o nome
de Anna Felicia Veti foi a terceira de nove filhos do casal Luigi Viti e Anna.
Sua infância esteve cheia de desafios, pois seu pai era entregue aos vícios e
sua mãe faleceu quando tinha somente 14 anos. Essas circunstâncias forçaram-na
a trabalhar como doméstica para sustentar a família. Com muita dedicação
conduziu a família na fé e no sustento financeiro. Tem tanta coisa para
fazer – cuidar da casa, do pai e dos irmãos – que não pode pensar em si
mesma e no seu futuro. Sua ocupação principal é fazer
com que todos na casa respeitem o pai colérico, alcoólatra e
empobrecido, como ela é capaz de fazer: todas as noites beija
sua mão e pede a bênção, engolindo lágrimas e humilhação.
Decidida a entregar
sua vida à Deus, no dia 21 de março de 1851, aos 24 anos, ingressou no mosteiro
beneditino de Santa Maria de Franconi. Adotou o nome de Irmã Maria Fortunata e
lá serviu durante 70 anos nos trabalhos de fiação e costura e lavagem e conserto
das roupas. Dedicava-se profundamente à oração e piedade. A via da humildade e
do serviço foi o caminho escolhido por Deus e abraçado por Maria Fortunata que
permaneceu analfabeta por toda a vida, mas vigorosamente formada na disciplina
da fé e do serviço aos irmãos.
Manteve firme a proposta, formulada no dia que ingressou no mosteiro: "ser santa". Não sabia que para atingir a meta teria de viver mais de 70 anos "enterrada viva" no anonimato
de sua cela, com todos
os dias iguais marcados por ações repetitivas que algumas pessoas podem definir
como monótona: fiar e costurar, lavar e consertar. E rezar, embora para ela isto não devesse ser num problema, pois
parecia estar sempre absorta na contemplação de seu Deus.
Só
depois se descobrirá quanta aridez espiritual se escondia atrás daquele fervor; quantos tormentos
e batalhas íntimas estavam encobertos por sua serenidade
aparentemente imperturbável.
Como
era analfabeta não pode ser aceita
entre as monjas do coro, as religiosas que se
dedicam a funções litúrgicas. Para ela, somente o trabalho, que começa às 3:30 da manhã e continua em ações
fatigantes e humildes executadas tão bem, que as
transforma em uma obra-prima, temperando-as com
muita oração, mesmo no meio da aridez espiritual mais completa.
Sua missão
silenciosa e piedosa desgastou-a e consumiu sua saúde, ficando, nos últimos
anos de sua vida, obrigada a
permanecer no leito, incapaz até mesmo do menor movimento, cega, surda e aleijada.
Faleceu no dia 22
de novembro de 1922, tinha quase 96 anos, e após sua morte muitos casos de
milagres por sua intercessão foram relatados. Em 1935 seus restos mortais foram
transladados para a Igreja da abadia. Dela falava o Papa Paulo VI: “Seu
nome é humilde sacrifício e amor flamejante; e todos parecem refletir o
sorriso, a pureza, a coragem, a obediência, o trabalho, a devoção a Maria
Fortunata.”
Beata Maria
Fortunata Viti a monja que trabalhando e sorrindo, santificou-se na monotonia da vida cotidiana, na clausura de um
convento, com um monte de
doenças
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