Inês era irmã de
Clara, mais nova do que ela, nascida em Assis em 1198. Seu nome de batismo era
Catarina (Catherina), como resultado da influência de uma viagem de Ortolana à
Terra Santa, passando pelo famoso mosteiro de Santa Catarina de Alexandria, no
Monte Sinai.
A infância e
adolescência de Catarina foram vividas no palácio da família na praça da
catedral de São Rufino, em Assis, com breves estadias de veraneio no castelo de
Coresano, no caminho de Gúbio, que pertencia aos cavaleiros nobres de
Ofreduccio. Residiu com a família em Perusa como refugiados, num certo período
de anos, durante a guerra que se desenrolava em Assis entre o povo em revolta
contra o domínio do Imperador e contra os Feudatários. Juntamente com Clara e
Beatriz, foi educada santamente pela mãe Ortolana, partilhando dos sentimentos
de Clara e desejando, como ela consagrar-se somente a Deus. Clara mesma rezou
por sua irmã, suplicando para ela o dom da mesma vocação.
Em princípios de
abril de 1212 foi juntar-se à irmã, que quinze dias antes tinha fugido da casa
paterna para abraçar o ideal franciscano e se recolher no mosteiro de Santo
Ângelo, perto de Assis.
Os parentes,
exasperados com semelhantes gestos, que consideravam um segundo atentado contra
o bom nome da família, serviram-se de todos os recursos para tentarem impedi-la
de realizar os seus intentos, com violência tentam levar Catarina, enquanto
Clara, pondo-se a rezar com lágrimas, implora que seja dada à irmã firmeza de
propósito. Repentinamente os cavaleiros, com todos os seus esforços, não
conseguem mais levantá-la do solo, não excluíram mesmo a violência física: Inês
chegou a ser brutalmente ferida pelo seu tio Monaldo, que teve o atrevimento de
violar a clausura e a tranquilidade do mosteiro.
Porém, nem mesmo a
força bruta conseguiu fazer vergar a jovem.
Foi São Francisco
quem sugeriu para a nova consagrada o nome de Inês, porque, pela fortaleza de
que dera provas, esta jovem de 15 anos recordava a valentia da mártir romana
Santa Inês.
Em 1212 São
Francisco trouxe as duas irmãs para São Damião. Em 1220 Inês foi enviada para
Florença, como abadessa do mosteiro de Monticelli, fundado no ano anterior. Mas
muitos outros mosteiros de Clarissas se orgulham de ter hospedado a santa. Mais
tarde regressou a São Damião, onde foi agraciada com uma aparição do Menino
Jesus, por isso se representa por vezes Santa Inês com o menino Jesus nos
braços. Em Assis Inês assistiu à morte da irmã Clara no dia 12 de agosto de
1253.
No coro do
pobrezinho convento de São Damião ainda se podem ler os nomes das primeiras
companheiras que seguiram as pegadas de Santa Clara e São Francisco pelo
caminho da renúncia total e absoluta pobreza. São conhecidos nomes de senhoras
e jovens de Assis que em São Damião tiveram o seu primeiro ninho: Hortolana,
Inês, Beatriz, Pacífica, Benvinda, Cristiana, Amada, Iluminada, Consolada… Os
três primeiros nomes pertencem a mulheres da família de Santa Clara: Hortolana
era a sua mãe, e Inês e Beatriz eram suas irmãs.
Inês foi a primeira
a seguir o exemplo da irmã Clara, quinze dias depois dela, pouco depois veio a
outra irmã, Beatriz, e por fim a mãe Hortolona. Inês, além de ter sido a
primeira, também foi a que mais fielmente seguiu a irmã, vivendo à sua sombra
luminosa, sempre delicada e obediente, duma firmeza de caráter excepcional,
quase viril, em especial na observância da pobreza.
Como superiora foi
terna e caridosa, mas inflexível e tenaz. Depois do regresso a São Damião,
morreu serenamente três meses depois da irmã Santa Clara, a 16 de novembro de
1253, com 55 anos de idade.
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