domingo, 11 de novembro de 2018

11 de novembro - Então chegou uma pobre viúva que deu duas pequenas moedas, que não valiam quase nada. Mc 2,42


Na Bíblia, as viúvas aparecem muitas vezes, quer no Antigo quer no Novo Testamento. A viúva é a mulher sozinha, sem marido que a proteja; a mulher que se deve arranjar como pode, que vive da caridade pública.
Em particular, a viúva deste trecho do Evangelho, que Jesus nos faz ver, era uma viúva que tinha esperança só no Senhor. E quando Jesus viu aqueles que lançavam as ofertas no templo, viu-a que lançava só duas moedas, e disse: “Esta viúva, tão pobre, ofereceu mais do que todos. De fato, todos ofereceram parte do seu supérfluo. Ela, ao contrário, na sua miséria, ofereceu tudo o que tinha para viver”.

Gosto de ver nas viúvas do Evangelho a imagem da “viuvez” da Igreja que espera a vinda de Jesus. Com efeito, a Igreja é esposa de Jesus, e o seu Senhor é o seu único tesouro. E a Igreja, quando é fiel, deixa tudo na expectativa do seu Senhor. Ao contrário, quando a Igreja não é fiel, ou não é muito fiel ou não tem muita fé no amor do seu Senhor, procura arranjar-se também com outras coisas, com outras seguranças, mais do mundo do que de Deus.
As viúvas do Evangelho transmitem-nos uma bonita mensagem de Jesus sobre a Igreja. Assim, aquela mulher que saía de Naim com o féretro do filho: chorava, sozinha. Sim, pessoas muito gentis acompanhavam-na, mas o seu coração estava sozinho! É a Igreja viúva que chora quando os seus filhos morrem para a vida de Jesus.
Depois, outra mulher que, para defender os seus filhos, vai ter com o juiz iníquo: torna a sua vida impossível, batendo à sua porta todos os dias, dizendo, “faça justiça!”. E no final aquele juiz faz justiça. É a Igreja viúva que reza, intercede pelos seus filhos.

Mas o coração da Igreja está sempre com o seu Esposo, com Jesus. Está nas alturas. Também a nossa alma, segundo os padres do deserto, se assemelha muito com a Igreja. E quando a nossa alma, a nossa vida, estiver mais próxima de Jesus, afasta-se de muitas situações mundanas, que não servem, que não ajudam e nos distanciam de Jesus. Assim é a nossa Igreja que procura o seu Esposo, espera o seu Esposo, espera aquele encontro, que chora pelos seus filhos, luta pelos seus filhos, dá tudo o que tem porque se interessa só do seu Esposo.

A “viuvez” da Igreja refere-se ao fato de que a Igreja está à espera de Jesus, esta é uma realidade: pode ser uma Igreja fiel a esta expectativa, esperando com confiança a volta do esposo ou uma Igreja infiel a esta “viuvez”, procurando segurança noutras realidades... a Igreja tíbia, medíocre, mundana. Pensemos também nas nossas almas. Elas procuram segurança só no Senhor ou buscam outras seguranças que não agradam ao Senhor.

Papa Francisco – 23 de novembro de 2015

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