Acolher e amar esses
milhares de infelizes cativos e lhes abrir as portas do Céu, foi a missão à
qual Pedro Claver consagrou toda a sua existência.
Assim, quando chegou o
grandioso e esperado momento de emitir os votos solenes, pelos quais se
comprometia a ser obediente, casto e pobre até a morte, assinou o documento, com seu próprio sangue, com
a fórmula que doravante seria a síntese de sua vida: Petrus Claver,
æthiopum semper servus. - "Pedro Claver, escravo dos
africanos para sempre". Tinha 42 anos de idade.
Quando um navio carregado de
escravos chegava ao porto, o Padre Claver acorria imediatamente numa pequena
embarcação, levando consigo uma grande provisão de biscoitos, frutas, doces e
aguardente.
Aqueles seres embrutecidos
por uma vida selvagem e exaustos pela viagem realizada em condições desumanas,
olhavam-no com temor e desconfiança. Mas ele os saudava com alegria e por meio
de seus auxiliares e intérpretes negros - tinha mais de dez - dizia-lhes: "Não
temais! Estou aqui para vos ajudar, para aliviar vossas dores e doenças."
E muitas outras frases consoladoras. Porém, mais que as palavras, falavam suas
ações: antes de mais nada, batizava as crianças moribundas; depois recebia em
seus braços os enfermos, distribuía a todos bebidas e alimentos e fazia- se
servo daqueles desventurados.
Calcula-se que ao longo
de sua vida São Pedro Claver batizou mais de 300 mil escravos. Aos domingos, percorria ruas e estradas da região
chamando-os à santa Missa e ao sacramento da Penitência. Dias havia que passava
a noite inteira confessando os pobres escravos.
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