Igreja queimada na Nigéria em 2013 |
Durante as perseguições, muitos cristão deram a vida pela fé em Jesus Cristo. No entanto tivemos aqueles que não resistiram às torturas, e por medo, e negaram a sua fé.
Ao fim das perseguições queriam voltar para a Igreja.
O que fazer?
Lapsi (latim para
"caídos") era o nome dado aos cristãos que renegaram sua fé durante
as perseguições pelo Império Romano. O termo também engloba os que relaxaram em
sua fé e que decidem depois voltar pra ela.
Tipos de Lapsi:
Sacrificati - São os que de
fato ofertaram sacrifícios aos ídolos. Cristãos que fizeram sacrifícios,
especialmente para os deuses romanos, só receberiam absolvição à beira da
morte.
Thurificati - Os que
queimaram incenso no altar perante as estátuas dos deuses. Do latim thurificare
- "queimar incenso".
Libellatici - São os que
falsificaram o atestado (libellus) ou conseguiram um através de suborno às
autoridades. O libellus indicava que tinham feito o sacrifício embora, neste
caso, os portadores não o fizeram. Uma sanção de dois era imputada como pena.
Do latim libellus - "livrinho; carta; certificado".
Acta facientes - São os que
mentiram ou de alguma forma salvaram suas vidas. Do latim - "os que
fizeram os atos".
Traditores - São os que
entregaram às autoridades as Sagradas Escrituras ou artefatos religiosos, ou os
que revelaram nomes de outros cristãos. Do latim tradere - "entregar;
trair".
Durante a perseguição de
Décio, os nomes dos cristãos que demonstraram a sua apostasia por um dos cinco
métodos acima entravam para sempre nos registros da corte. Após terem recebido
seus atestados, com a certeza de que seus nomes já constavam ali, eles se
sentiam seguros de novas perseguições.
A verdade é que a maioria
cedia por fraqueza de vontade, pois a maioria queria continuar cristã. Porém,
este desejo ia contra a lei da época.
Quando, após a eleição do
Papa Cornélio, o padre Novaciano se proclamou antipapa alegando ser o defensor
da disciplina rigorista, que se recusava terminantemente a aceitar de volta os
lapsi.
Sínodos foram realizados em
Roma e em Cartago para discutir a questão.
A decisão foi admitir os lapsi após
uma penitência.
Sobre a duração dela, os bispos deveriam avaliar as
circunstâncias da apostasia, ou seja, se ele foi torturado antes do sacrifício
ou se a sua família fora ameaçada. Os que fizeram os sacrifícios de livre
vontade (os sacrificati e os thurificati) só receberiam o perdão no leito de
morte. Os libellatici poderiam ser admitidos rapidamente.
A decisão do Concílio de
Cartago foi aceita por Dionísio de Alexandria, pelo Papa Cornélio e por
Cipriano de Cartago.
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