quinta-feira, 29 de novembro de 2018

29 de novembro - Beatos Dionísio da Natividade e Redento da Cruz


No ano de 1598, nasce no seio de uma família nobre em Paredes da Cunha, Tomás Rodrigues da Cunha. Muito jovem ainda foi nomeado capitão. Conquistava a simpatia de todos que o conheciam por sua valentia, destreza e espírito afável e comunicativo. Conheceu os carmelitas descalços e depressa se sentiu atraído pelo estilo de vida destes homens que, seguindo os passos de Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz, viviam uma santidade alegre e comunicativa.

Depois de certa resistência, conseguiu ingressar na Ordem e recebeu o hábito e o nome de Frei Redento da Cruz.

No ano de 1620, foi fundado o nosso convento do Carmo de Goa, para onde foi enviado Frei Redento, depois de também ter sido frade conventual no convento de Diu. Frei Redento cativava com a sua simpatia e era estimado por todos por ser alegre, simpático e com um grande sentido de humor. Em Goa, deram-lhe o ofício de porteiro e sacristão.

No ano de 1600, na França (na região de Flandres, onde hoje é a Bélgica), nasceu Pierre Berthelot. Também este jovem se inclinou para o mar fazendo-se marinheiro apenas com 12 anos de idade.
Serviu a armada holandesa quando tinha vinte anos. Mas, em breve, trocou o reino da Holanda pelo de Portugal, onde foi nomeado cosmógrafo e piloto-mor.
Deixou-se contagiar pelo testemunho do carmelita, Frei Filipe da Santíssima Trindade e decidiu, como ele, fazer-se carmelita. Todos os dias visitava a igreja do Carmo e um dia decidiu tomar hábito. Era a véspera do Natal e recebeu o nome de Frei Dionísio da Natividade.

Os carmelitas, Dionisio e Redento, encontraram-se no ano de 1635, no Convento do Carmo, em Goa. Sem antes se conhecerem, ali se juntaram para virem a ser os primeiros mártires da família fundada por Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz. 

Em 1636, os holandeses atacaram Goa. O Vice-rei das índias escreve ao Prior do Carmo pedindo-lhe licença para o noviço Frei Dionísio comandar as operações. O que aconteceu. O Piloto-mor e Cosmógrafo das Índias, agora vestido de hábito castanho e capa branca e calçando sandálias, conduziu a esquadra portuguesa à vitória. Em 1638 foi ordenado sacerdote. 

O Irmão Redento da Cruz continuava o seu ofício de porteiro do convento do Carmo de Goa, enquanto Frei Dionísio se preparava para o sacerdócio. Todos conheciam o porteiro do Carmo e todos o tinham por santo. Não perdia ocasião de a todos edificar oferecendo fios, que arrancava do seu hábito, às pessoas suas amigas, dizendo-lhes que eram relíquias de santo. As pessoas riam-se com Frei Redento, mas ele apenas dizia: “agora riem-se, mas esperem um pouco e haveis de ter pena de não ter mais relíquias minhas”. Deus segredava-lhe ao coração que um dia seria santo.

Em 1638 novamente foi solicitado ao Prior dos carmelitas que autorizasse Frei Dionísio a comandar uma nova expedição. Concertadas as coisas, Frei Dionísio escolheu e pediu por companheiro a Frei Redento da Cruz que ao despedir-se da comunidade disse sereno e de bom humor: “se eu for martirizado pintem-me com os pés bem de fora do hábito, para que vendo as sandálias todos saibam que sou carmelita descalço”. 

De fato, traídos pelo rei de Achem, a armada portuguesa foi surpreendida e detida. Tentarm força-los a renegar a fé, mas não conseguiram tal traição a Cristo de nenhum dos 60 prisioneiros. Decidiram, então, o seu martírio.
Frei Redento foi o primeiro a ser martirizado, encorajando os companheiros de martírio; Frei Dionísio, o último para a todos confortar. Era o dia 29 de novembro de 1638.

Quando em Goa se soube do acontecimento, repicaram os sinos na igreja do Carmo como em dia de grande festa e cantaram um Te Deum em ação de graças.



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